14/02/2020 - 16:44
Os astrônomos capturaram imagens da estrela gigante Betelgeuse que mostram um dos astros mais brilhosos da Via Láctea perdeu bastante luminosidade nos últimos meses, segundo comunicado do Observatório Austral Europeu (ESO), divulgado nesta sexta-feira (14).
As imagens, tiradas por meio do Very Large Telescope (VLT) do ESO, um conjunto de quatro enormes telescópios, permitem visualizar a superfície dessa “Super Gigante Vermelha” situada na constelação de Orión, que mostra perda de luminosidade, assim como aparente mudança de forma.
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A estrela aparecia entre as 10 mais brilhosas da galáxia, mas no final do último ano seu brilho começou a diminuir e agora corresponde a aproximadamente 36% do seu brilho normal, o que deu início a uma grande campanha de observação dos astrônomos.
As imagens vistas nesta sexta foram realizadas com o instrumento SPHERE, instalado no telescópio que o ESO tem em Cerro Paranal, situado ao norte do Chile, cujos céus são considerados os mais límpidos do planeta.
“Pode-se ver claramente que a luminosidade dessa estrela diminui cerca de metade em sua superfície aparente”, explicou o astrofísico Miguel Montargès, da Universidade KU Leuven, na Bélgica, à AFP.
“Segundo essas imagens, parece que a luminosidade continua diminuindo, ainda que menos rapidamente”, acrescentou Montargès.
Os astrônomos têm várias hipóteses para esse fenômeno: poderia ser uma ejeção de poeira que oculta sua luminosidade ou um espasmo de Betelgeuse.
Essa última possibilidade culminaria em uma explosão e na consequente criação de uma supernova.
“Betelgeuse um dia será uma supernova, mas os astrônomos não acreditam que isso irá acontecer em um futuro próximo”, disse o observatório.
Ainda que pareça improvável, essa possibilidade faz os astrônomos sonharem acordados: um astro no final da vida não tem mais “combustível”, então entraria em colapso e formaria uma estrela de nêutrons, um objeto muito compacto que cria uma onda de choque que desloca completamente a estrela, e isso tudo em poucas horas.
No entanto, a princípio, “o que se vê nas imagens não parece estar vinculado a uma explosão”, ressalta Eric Lagadec, do Observatório Côte d’Azur (OCA), situado no sul da França.