02/04/2020 - 7:18
A Comissão Europeia propôs nesta quinta-feira (2) mobilizar até 100 bilhões de euros em empréstimos para os países mais afetados pelo impacto econômico do novo coronavírus, com o objetivo de garantir salários e evitar demissões em massa.
“O confinamento paralisou a demanda e a oferta. Muitas empresas ficaram sem receita. E, se não fizermos nada, terão que demitir seus trabalhadores (…) Isso limitará nossa recuperação”, afirmou a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
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Além do custo de vida, com mais de 34.000 mortes somente na Europa desde o início da pandemia, a crise também afeta a economia devido às medidas decretadas para conter seu avanço, o que diminuiu a atividade econômica.
A Espanha, um dos países mais afetados ao lado da Itália e cuja taxa de desemprego já estava acima da média europeia antes da pandemia, registrou em março mais de 300.000 novos desempregados, principalmente no setor de serviços.
O instrumento proposto pela Comissão permitirá que empréstimos da UE sejam obtidos “em condições favoráveis” para ajudar a “cobrir custos diretamente relacionados” a “regimes nacionais de desemprego parcial”, explica o comunicado da Comissão.
Para financiar os empréstimos a países que o solicitem, o Executivo da comunidade irá aos mercados financeiros, o que permitirá obter “baixos custos” devido à “sólida classificação de crédito da UE”, acrescenta.
A Comissão apresentará a proposta aos Ministros Europeus das Finanças em sua próxima reunião de 7 de abril, dedicada à resposta comum à crise, após uma série de desacordos entre os países do Norte e do Sul.
Von der Leyen disse confiar na aprovação pelos 27 do plano, que também fornece “garantias voluntárias dos Estados membros”, uma vez que “os países do Norte foram os primeiros” a introduzir esse tipo de mecanismo com um “bom” resultado.