27/04/2020 - 15:48
Passados 10 dias no cargo de ministro da Saúde no lugar de Luiz Henrique Mandetta, o atual ministro, Nelson Teich, não teve nenhum contato com as autoridades de saúde de São Paulo, Estado que é o epicentro da covid-19 no Brasil. A afirmação é do secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
Segundo ele, a secretaria pediu uma reunião com o novo ministro e aguarda resposta desde 17 de abril, data seguinte ao dia em que Teich foi nomeado. “Nós não tivemos ainda nenhum contato com o novo ministro. Nos colocamos para a agenda, para poder ter algum contato”, disse Germann, ao ser questionado por jornalistas sobre a falta de contato com o ministro, informada pelo jornal Folha de S.Paulo.
“Na próxima quarta-feira, será o dia que é feita a reunião do Conass, que é o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde Estaduais. E, na quinta, junto com o conselho dos secretários municipais, é feita uma reunião, a famosa tripartite, onde são resolvidos vários assuntos relacionados à execução do Sistema Único de Saúde”, disse Germann.
“Com a questão do coronavírus, isso passou para virtual. Então, espero que agora nesta quinta-feira a gente possa ter uma reunião tripartite, como tivemos todos os meses anteriormente”, completou.
Germann, entretanto, evitou fazer críticas ao novo ministro. “Acredito, e não tenho como julgar o que está acontecendo, que iniciar a atividade em um ministério não é de pouca monta”, disse, questionado sobre os motivos da falta de diálogo.
“Mas, do ponto de vista estadual, todas as questões que a gente tem, a gente trata com o segundo e o terceiro nível do ministério. Não precisamos, ao menos por enquanto, ter uma reunião com o ministro. A ideia de colocar na agenda é para um primeiro relacionamento.”
Após a fala de Germann, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também afirmou que aguarda uma agenda com o ministro. “Protocolamos uma solicitação para o ministro Nelson Teich para que ele possa fazer uma videoconferência com os governadores e com os secretários de saúde das regiões sul e sudeste, região notoriamente sabida a mais afetada”, disse, informando que também ainda aguarda uma confirmação de data.
O jornal O Estado de S. Paulo questionou o Ministério da Saúde sobre o tema, mas não obteve uma resposta até a publicação deste texto.