30/04/2020 - 6:28
O grupo Royal Dutch Shell anunciou nesta quinta-feira um prejuízo líquido de 24 milhões de dólares no primeiro trimestre, consequência da crise do petróleo.
A empresa anglo-holandesa, que registrou lucro líquido de 6 bilhões de dólares no mesmo período em 2019, afirmou em um comunicado que espera um segundo trimestre difícil, ante a queda histórica das cotações no mercado de petróleo em plena pandemia do novo coronavírus.
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Como as empresas concorrentes, a Shell foi particularmente afetada em março pela queda dos preços, que prosseguiu em abril, com a cotação do barril americano em cotação negativa durante alguns dias.
O mercado do petróleo enfrenta uma falta de demanda devido à paralisação em vários países, enquanto as capacidades de armazenamento se aproximam do limite.
A produção do grupo caiu 1%, a 3,719 milhões de barris de petróleo equivalente por dia.
A Shell advertiu que no segundo trimestre vai reduzir ou limitar a produção de petróleo e gás, assim como as atividades de refino e química, com um impacto esperado em seus resultados financeiros.
A medida coincide com a promessa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus sócios de reduzir a produção em 10 milhões de barris por dia para tentar reequilibrar o mercado, mas os analistas consideram que isto não será suficiente.
O CEO do grupo, Ben van Beurden, citou “condições extremamente difíceis”, que levaram a Shell a adotar uma série de medidas.
Nesta quinta-feira, a empresa anunciou a decisão de reduzir o valor de seus dividendos, ante a perspectiva de que os preços continuem baixos por um longo período.
Esta é a primeira vez que a Shell reduz os dividendos desde os anos 1940, de acordo com o jornal Financial Times.