04/05/2020 - 9:42
As Bolsas operavam em queda nesta segunda-feira (4), após as perdas de Wall Street na semana passada, uma consequência do medo de que a tensão provocada pelo novo coronavírus resulte em uma nova guerra comercial entre Estados Unidos e China.
As acusações do presidente americano, Donald Trump, e do secretário de Estado, Mike Pompeo, de que o coronavírus foi criado em um laboratório em Wuhan (China) ocultaram para os mercados as melhoras no ritmo de contágio da pandemia.
Na semana passada, os três principais índices da Bolsa Nova York fecharam com quedas de entre 2,6% e 3,2%, após o melhor mês de abril em décadas.
As Bolsas asiáticas registraram fortes baixas nesta segunda-feira, após um fim de semana prolongado.
Hong Kong caiu 4,2% e Mumbai mais de 5%. As Bolsas de Seul Taipé, Singapura, Manila e Jacarta também fecharam em baixa, de mais de 2%. Sydney foi a exceção com alta de 2%.
As Bolsas de Tóquio e Xangai permaneceram fechadas por um feriado.
Na Europa, a segunda-feira também começou com resultados negativos. Às 11h00 GMT (8h00 de Brasília), o índice Dax de Frankfurt recuava 3,25%, o CAC 40 Paris 4,0%, o FTSE 100 de Londres 0,17%, o Ibex-35 de Madri 2,66% e o FTSE de Milão quase 3%.
Os investidores temem que Trump, como deu a entender, aplique novas tarifas aos produtos chineses como represália a Pequim, que o presidente americano acusa de má gestão da crise do coronavírus.
A guerra comercial entre as duas grandes economias mundiais já desestabilizou no ano passado os mercados, antes de uma trégua parcial em dezembro.
“O presidente Trump faz soar novamente os tambores da guerra comercial (…) aumentado as possibilidades de um risco significativo de volatilidade”, disse Stephen Innes, da AxiCorp’s .
Os analistas advertem que após os aumentos expressivos de abril – alimentados pelo otimismo de que o pior da pandemia havia passado -, as Bolsas poderiam sofrer um mês de maio tumultuado à medida que os resultados das empresas e outros indicadores revelem a situação econômica real.
“Há várias semanas a perspectiva de estímulos monetários e fiscais significativos levou a uma recuperação nos mercados de ações”, disse o analista da CMC Michael Hewson, que alertou para uma mudança da situação.
A situação nos mercados elevou a cotação do dólar na comparação com moedas consideradas de maior risco, como o peso mexicano, o dólar australiano ou o won sul-coreano.
Ao mesmo tempo, os preços do petróleo caíram após os aumentos da semana passada à medida que os principais produtores do mundo começam a aplicar o acordo para limitar sua produção em cerca de 10 milhões de barris por dia.