06/05/2020 - 6:49
O secretário de Estado americano Mike Pompeo “não pode apresentar provas” de que o novo coronavírus saiu de um laboratório chinês “porque não tem” estas evidências, afirmou Pequim nesta quarta-feira.
Pompeo afirmou no domingo que há “uma enorme quantidade de evidências” de que o vírus responsável pela epidemia de COVID-19 tem origem em um laboratório de virologia de Wuhan, cidade do centro da China onde a doença foi detectada pela primeira vez no fim do ano passado.
+ Alemanha acelera desconfinamento e Trump pressiona pela retomada da economia
+ O laboratório chinês apontado pelo governo americano como local de origem da COVID-19
“O senhor Pompeo se expressou em várias ocasiões, mas não pode apresentar provas”, disse a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.
“E por quê? Porque não há nenhuma”, completou, antes de afirmar que a questão da origem da epidemia deve ser reservada aos especialistas, “e não aos políticos que mentem em função de suas necessidades de política interna”.
Washington aumentou a pressão sobre Pequim nas últimas semanas, acusando o regime comunista de ter demorado a reagir após o surgimento da epidemia e, depois, de ter permitido o vazamento do vírus do Instituto de Virologia de Wuhan.
“Há provas imensas de que saiu dali”, disse o secretário de Estado americano ao canal ABC.
“Não é a primeira vez que a China coloca o mundo em perigo por causa de laboratórios que não respeitam as normas”, insistiu, mas sem afirmar se pensava que o novo coronavírus foi criado intencionalmente.
O canal estatal chinês CCTV chamou na segunda-feira as declarações de Pompeo de “insanas”.
O presidente Donald Trump ameaçou na semana passada aplicar novas tarifas aos produtos chineses como sanção pela propagação do coronavírus e suas consequências para a economia americana.