11/06/2020 - 16:37
Os contratos futuros de petróleo tiveram nesta quinta-feira, 11, uma sessão de fortes perdas, pressionados por previsões pessimistas sobre a recuperação da economia após a crise provocada pelo coronavírus. Temores de uma nova onda de casos de covid-19 também pesaram sobre as cotações.
O barril do petróleo WTI para julho fechou em baixa de 8,23%, a US$ 36,34, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O Brent para agosto despencou 7,62%, a US$ 38,55 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
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Ontem, após decisão de política monetária, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrará contração de 5% em 2020 e que a taxa de desemprego chegará ao fim do ano acima de 9%.
“Após as perspectivas de ontem do Fed, os operadores de energia estão preocupados com danos permanentes à economia, juntamente com uma segunda onda do coronavírus que prejudicará as perspectivas para uma forte segunda metade do ano”, explica o analista de mercados financeiros da Oanda, Edward Moya.
Apesar da melhora na situação em Nova York, que chegou a ser o epicentro da pandemia nos EUA, 14 outros estados americanos apresentaram alta no número de diagnósticos da doença, entre eles Flórida, Texas e Califórnia. O cenário trouxe preocupações no mercado de que a covid-19 será um problema muito mais longo do que se previa anteriormente.
Na avaliação do ING, as cotações do petróleo também são influenciadas pela aumento nos estoques da commodity nos Estados Unidos. Ontem, o Departamento de Energia (DoE) informou que os estoques aumentaram 5,72 milhões de bpd na semana passada, enquanto analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda de 1,2 milhão de bpd.
“Esse avanço agora faz com que os estoques comerciais totais de petróleo bruto dos EUA fiquem em 538 milhões de bpd, ultrapassando os níveis vistos no início de 2017 e, de fato, o nível mais alto desde 1982”, revela o banco.