14/06/2020 - 20:30
O arco-íris que ilumina o céu nas imediações da Avenida Paulista na noite deste domingo, 14, é parte das celebrações da Parada do Orgulho LGBTQIA+, que, pela primeira vez em 24 anos, está sendo realizada de forma virtual por causa da pandemia do novo coronavírus.
Com alcance de 60 quilômetros, a intervenção Global Rainbow, da artista porto-riquenha Yvette Mattern, poderá ser vista ainda nos bairros dos Jardins, Cerqueira César, Bela Vista, Consolação, Sumaré, Perdizes, Pompeia, Vila Anglo, Lapa e Parque São Domingos, dependendo das condições climáticas dessas regiões.
Desde 2009, a intervenção já foi vista em Nova York, Berlim e em algumas cidades da França. É a primeira vez que ela é apresentada no Brasil.
Yvette conta que o público costuma reagir de forma “extremamente positiva” diante da atração. “O trabalho é monumental em escala, mas também é muito silencioso, poético e espiritual. Espero que a apresentação seja bonita, poderosa e impactante para a Parada.” Ela só lamenta não poder acompanhar o evento.
A iluminação ficará visível das 19h às 22h com alguns intervalos e é promovida por uma marca de salgadinho. “Desde 2017, Doritos Rainbow vem fazendo uma parceria com a Parada, que é a maior do mundo, para ampliar a voz da comunidade e oferecer um aporte financeiro para que o movimento conquiste mais espaço. A gente quer aumentar a rede de apoio e espalhar o amor diante do cenário atípico que estamos vivendo”, explica Daniela Cachich, vice-presidente de Marketing da PepsiCo Foods no Brasil.
A iniciativa também tem o objetivo de fazer uma homenagem sem causar aglomerações. “Vamos trabalhar com equipe reduzida e todo aparato de segurança. Vai ter cobertura pelas redes sociais e, como tem essa distância, permite que as pessoas vejam em casa, protegidas. A pessoa consegue ver de um ângulo até mais bonito (em casa).” A marca vai promover ainda uma corrente de beijos e, para cada beijo postado em uma plataforma que vai receber a ação, R$ 1 será doado. A meta é arrecadar 1 milhão de beijos para doar o valor para dez ONGs e instituições que apoiam a causa.
Vice-presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBTSP), Renato Viterbo diz que, com a impossibilidade de realização do evento na Avenida Paulista, tendo em vista o risco de infecção pela covid-19, uma versão virtual está sendo realizada desde as 14 horas e poderá ser vista em 12 canais no YouTube até as 22 horas.
“A gente não podia colocar a população em risco. Além da população LGBT, muitas famílias vão para a Parada. Temos de pensar na saúde das pessoas.” Uma versão presencial pode ser realizada em novembro.
Segundo Viterbo, a Parada é exibida pela internet desde 2018 e, no ano passado, teve mais de 6 milhões de visualizações. “Devemos ter mais de 10 milhões de pessoas assistindo nos canais neste ano. Vai ficar na memória de todo mundo.”