19/06/2020 - 6:25
A China informou nesta sexta-feira 25 novos casos de COVID-19 em Pequim e publicou o genoma do coronavírus detectado em um recente foco de infecção na cidade, que apresenta semelhanças com uma cepa europeia.
A capital chinesa retornou a uma certa normalidade após dois meses sem contágios. Mas um foco epidêmico na semana passada obrigou as autoridades a impor o confinamento em vários bairros e a organizar de testes de diagnóstico em larga escala.
As autoridades suspeitam que a origem das novas infecções seria o mercado atacadista de Xinfadi, ao sul da cidade. o vírus foi detectado nas tábuas para cortar salmão importado.
O governo da cidade divulgou nesta sexta-feira novas informações sobre o surto epidêmico e revelou informações sobre o genoma do vírus à Organização Mundial da Saúde (OMS) e a cientistas estrangeiros.
“De acordo com os resultados preliminares da epidemiologia genômica, este vírus seria procedente da Europa”, declarou Zhang Yong, alto funcionário do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China.
“Mas é diferente (da cepa) do vírus que circula atualmente na Europa. É anterior”, completou em um artigo publicado pela comissão nacional anticorrupção.
Ele indicou que pode ser uma versão do vírus que circulou no continente europeu há várias semanas ou meses.
Zhang Yong menciona várias hipóteses: o vírus pode ter vindo da Europa através de alimentos congelados ou poderia estar há bastante tempo no mercado de Xinfadi, onde teria sobrevivido graças à umidade e ao escuro. Daí sua semelhança com cepas mais antigas.
“É possível que o vírus que provoca atualmente uma epidemia em Pequim tenha viajado de Wuhan para a Europa e retornado agora à China”, afirmou Ben Cowling, professor no Centro de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong.
No total, Pequim registrou 183 casos de COVID-19 devido ao novo foco da doença, de acordo com o balanço oficial.