08/07/2020 - 6:56
China anunciou nesta quarta-feira que restringirá os vistos de autoridades dos Estados Unidos, em resposta às sanções de Washington, que acusa Pequim de limitar o acesso ao Tibete.
“A China decidiu restringir a concessão de vistos às autoridades americanas que se comportaram mal no que diz respeito ao Tibete”, declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
O governo dos Estados Unidos anunciou na terça-feira que vai restringir os vistos de funcionários chineses em resposta aos impedimentos aplicados a diplomatas, jornalistas e turistas americanos que desejam visitar o Tibete.
“Os funcionários da República Popular da China e os cidadãos se beneficiam de um acesso muito melhor aos Estados Unidos (…) que buscam um tratamento justo, transparente e recíproco da República Popular da China para nossos cidadãos”, afirmou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em um comunicado.
O porta-voz chinês afirmou nesta quarta-feira que seu país “se opõe firmemente a estas medidas” e as considera uma “interferência nos assuntos internos chineses”.
Ele disse que o Tibete está “aberto” aos estrangeiros e recebe a cada ano milhares de visitantes internacionais, incluindo o embaixador americano em Pequim, que visitou o local no ano passado.
O porta-voz não explicou quais funcionários americanos serão afetados pelas medidas.
As sanções mútuas acontecem em um contexto de agravamento das relações bilaterais, com altos e baixos por questões como a repressão das manifestações em Hong Kong ou a controvérsia pelos produtos eletrônicos do grupo chinês Huawei, entre outros.
Pequim exerce uma vigilância estrita no acesso ao Tibete, uma região que considera parte inalienável de seu território desde que recuperou seu controle em 1951, antes do exílio em 1959 do Dalai Lama, líder espiritual tibetano.