19/08/2020 - 16:02
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recomendou a retirada de material de divulgação da esponja de aço “Krespinha”, produzida pela Bombril. A movimentação se deu em função de diversas denuncias de racismo que chegaram ao órgão.
A recomendação era de retirar do ar qualquer propaganda e divulgação envolvendo a marca, o que já havia sido feito pela Bombril em junho. Produzida por mais de 70 anos, a esponja de aço foi descontinuada pela empresa, que concordou com as reclamações feitas pelo público e pediu desculpas se ofendeu alguém mesmo que indiretamente.
+ Observatório de Favelas destaca racismo estrutural no impacto da covid
+ Sindicatos pedem investigação de racismo nas lojas McDonald’s
+ Racismo e violência contra criança e adolescente são desafios do país
No começo da produção da esponja de aço, nos anos 1950, as propagandas contavam com uma jovem negra desenhada na imagem, fazendo uma clara alusão do cabelo crespo e o produto de limpeza da cozinha.
Sim! A Bombril, em pleno 2020, reviveu a Krespinha, de 1952, que associa cabelo crespo a uma esponja de aço. Inacreditável!!! #BombrilRacista pic.twitter.com/hPPsYVTntP
— Δ (@pratosdetigres) June 17, 2020
Segundo o UOL, o Conar recebeu 1.873 queixas contra o produto. Essas reclamações envolveram grupos organizados, como o Movimento Nacional de Direitos Humanos e até uma deputada federal, Áurea Carolina (PSOL-MG).
A decisão tomada nesta terça-feira (18) deve abrir precedente para novas punições no mercado, com uma variada gama de novas recomendações sobre produtos que tenham algum traço racista.