26/08/2020 - 15:13
O Peru iniciou nesta quarta-feira o cadastramento de 6.000 voluntários para ensaios clínicos de uma vacina chinesa contra a COVID-19, anunciaram as duas universidades responsáveis pela seleção.
Os voluntários, que devem ter entre 18 e 75 anos e não contraíram o novo coronavírus, serão recrutados pelas universidades Cayetano Heredia e San Marcos, que apóiam pesquisas chinesas no Peru.
“Cada universidade selecionará 3.000 voluntários”, disse o reitor de San Marcos, Orestes Cachay, a jornalistas. O cadastro é feito por meio de uma página na internet.
A aplicação da vacina do grupo chinês Sinopharm será uma injeção intramuscular, no braço. Segundo os pesquisadores peruanos responsáveis pelos ensaios clínicos, duas cepas do vírus e um placebo serão inoculados aleatoriamente nos voluntários.
Os 6.000 voluntários serão divididos em três grupos: 2.000 receberão a cepa Wuhan, 2.000 a cepa Beijing e os 2.000 restantes receberão um placebo, segundo os pesquisadores.
“Nos próximos dias chegará uma equipa técnica da China, de 38 pessoas, que vai implementar a parte operacional” do projecto, explicou o Reitor Cachay ao canal de televisão N.
Estima-se que a experiência no Peru possa terminar em dezembro.
O presidente peruano Martín Vizcarra anunciou há uma semana que seu governo estava gerenciando a participação em ensaios clínicos de laboratórios da China, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, que estão na fase 3 da vacina (etapa em que são testados em seres humanos).
Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o terceiro da América Latina em mortes pela pandemia (28.001) depois do Brasil e do México. Além disso, é o segundo em infecções (607.382), atrás do Brasil.
Em relação à sua população, é o país com mais mortes, com 843,5 mortes por milhão de habitantes.