28/08/2020 - 7:03
O trabalho de digitalização que a Moving Imóveis vinha realizando nos últimos anos deu frutos durante a pandemia do novo coronavírus. Com soluções para desktop e smartphones para busca de anúncios imobiliários, a companhia viu sua audiência subir 30% entre março, primeiro mês da pandemia, e julho. Para o serviço de avaliação digital de imóveis lançado no ano passado, houve uma verdadeira explosão de demanda: no mesmo período, o crescimento foi de 1.424%.
Segundo o CEO da Moving Imóveis, Marcelo Bellotti, a companhia vinha trabalhando fortemente na expansão de seus serviços digitais já há algum tempo. “Nosso objetivo é caminhar em direção à parte transacional da compra de um imóvel, com a oferta de tudo o que o cliente precisa, como avaliação de imóvel e também a facilidade na contratação do crédito imobiliário”, diz o executivo. “Queremos que essa jornada seja mais fácil, que tenha menos fricção.”
+ Campos Neto: securitização é chave para crescimento de mercado imobiliário
+ Mercado imobiliário aponta melhora nas vendas e fala em retomada em ‘V’
Uma das características da Moving – que tem entre seus sócios o Grupo Estado e a companhia de avaliação de imóveis e gerenciamento de obras Engebanc – é a relação de parceria com as imobiliárias tradicionais. “Nós queremos empoderar as imobiliárias no mundo digital, uma vez que a gente sabe que desenvolver tecnologia não é o negócio principal dessas empresas”, diz. Com essa proposta de trabalho conjunto, a empresa ampliou o inventário de imóveis listados em sua plataforma em 15% entre março e julho.
O crescimento da Moving reflete o bom momento do mercado imobiliário, apesar dos desafios econômicos trazidos pelo coronavírus. Com a queda da taxa Selic à mínima histórica de 2% ao ano, as taxas cobradas dos financiamentos de residências caíram de uma média de 11%, em 2016, para cerca de 7%, atualmente. Segundo cálculos do Banco Inter, essa redução pode possibilitar que mais 5 milhões de famílias passem a ser elegíveis a pedir um empréstimo do gênero no País.
Além disso, a captação da poupança – principal fonte de recursos para o crédito imobiliário – foi positiva em R$ 87,9 bilhões entre janeiro e julho, o melhor resultado desde o Plano Real, em 1994. Isso animou as construtoras, que já falam em uma recuperação mais rápida para o setor do que a projetada no início da pandemia.
Além dos anúncios
Mas a expansão da Moving também reflete o lançamento de novos serviços. No ano passado, graças à tradição da Engebanc no setor, a companhia aproveitou uma mudança de regra do Banco Central e lançou uma ferramenta online de avaliação de imóveis em 2019. Hoje, já fornece o serviço para Itaú e Santander. “Garantimos que o valor do imóvel chegue ao cliente em até 24 horas, o que reduz muito a burocracia. Antes, achar um avaliador para ir ao imóvel presencialmente podia levar semanas”, lembra Bellotti. “Crescemos tanto na pandemia porque tínhamos nos preparado anteriormente.”
A partir do êxito e do aumento da procura pelo serviço de avaliação, o Moving tem uma visão de futuro em que todo o processo de compra de um imóvel possa ser realizado remotamente. “Hoje, a liberação do crédito imobiliário ainda depende da agência, da relação entre o cliente e o gerente. Mas isso está mudando”, diz Belotti, lembrando que a plataforma já consegue ofertar opções de diferentes bancos em crédito imobiliário (para os interessados em comprar). Para o cliente de aluguel, oferece seguro-fiança.
Para o CEO da Moving, já é possível pensar na perspectiva de que até a assinatura do contrato possa ser feita remotamente. “Aí a oferta vai se aproximar de vez da transação.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.