28/08/2020 - 15:00
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta sexta-feira que a Anvisa se propôs a “acompanhar mais de perto” a aprovação da vacina coronavac, que vem sendo desenvolvida pelo instituto em parceria com a chinesa Sinovac, e que está na fase de testes em humanos no Brasil. De acordo com ele, houve “concordância imediata” pelo presidente da agência reguladora, Antônio Barra Torres, para que quando fossem apresentados os resultados da fase 3, não houvesse nenhum tipo de demora na emissão do registro da vacina.
“Levamos resultados adicionais de estudos de segurança produzidos na China, que mostrou um perfil de segurança muito próximo da nossa vacina da influenza”, afirmou Covas. Ele afirma que, até o momento, os estudos chineses sobre a coronavac já foram feitos com 24 mil voluntários e que houve registro de apenas 5% de efeitos colaterais, 3% de efeitos mais graves (dor no local da aplicação) e apenas 0,18% de manifestações febris.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também falou da reunião entre representantes do governo estadual com o Ministério da Saúde, em busca de recursos federais para a ampliação de produção da coronavac. O Estado pediu R$ 1,9 bilhão ao governo federal para ampliar a previsão de entrega da coronavac no próximo ano, de 60 milhões para 120 milhões de doses. “O apoio financeiro do Ministério é fundamental para a ampliação do estudo clínico e a capacitação para multiplicar fortemente nossa capacidade de produção.”
De acordo com Covas, foram solicitados investimentos nos valores de R$ 85 milhões para os estudos avançarem mais rapidamente, R$ 60 milhões para reestruturação da fábrica do Butantan e uma quantia extra para o fornecimento das doses, ainda sem valor definido. “Adiantamos que necessitaríamos de aproximadamente R$ 2 bilhões para produzirmos os 100 milhões de doses até maio do ano que vem.”
O cronograma previsto por Covas é de que o Butantan entregue 45 milhões de doses da coronavac ao SUS em dezembro deste ano, 60 milhões até março e 100 milhões em maio do ano que vem. “Asseguramos ao ministro que, portanto, ele poderá iniciar já a sua preparação para desencadear uma campanha nacional de vacinação.”