04/09/2020 - 13:10
Em agosto, a indústria automobilística atingiu o melhor desempenho desde que o início da pandemia de covid-19 no país. Apesar disso, os patamares atingidos ficaram “muito abaixo” dos registrados antes da crise sanitária, remontando aos de 20 anos atrás, conforme destacou nesta sexta-feira (4) a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O volume de produção de autoveículos (210,9 mil unidades) aumentou 23,6%, na comparação com julho (170,7 mil). Porém, em relação a agosto de 2019 (269,8 mil), houve queda de 21,8%.
Os licenciamentos (183,4 mil) cresceram 5,1% ante julho deste ano (174,5 mil), enquanto as exportações (28,1 mil) caíram 3,4%. No acumulado de janeiro a agosto, os índices retrocedem a um nível alcançado há cerca de duas décadas, evidenciando a crise no setor. Os licenciamentos (1,16 mi) recuaram 35%; as exportações (176,7 mil), 41,3%; e a produção (1,1 mi), 44,8%.
“De qualquer forma, é um número melhor. Estamos voltando ao novo patamar. A gente ainda não sabe qual o ritmo do terceiro trimestre e, principalmente, do quarto trimestre, mas, com certeza, o fundo do poço, aparentemente, nós estamos superando”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. Segundo Moraes, o prejuízo equivale a perder três meses de vendas.
Caminhões e máquinas agrícolas
O setor de caminhões teve retração de 15,3% nos emplacamentos de agosto (8,1 mil unidades) sobre julho (9,5 mil), apresentando queda de 14,9% nas vendas e de 17,8 nas exportações, no acumulado do ano. Quanto à produção, encolheu 36,6%, comparativamente ao ano passado.
A seção que menos tem sentido o impacto da crise sanitária é a de máquinas agrícolas e rodoviárias. Houve recuo nas vendas internas, de 2,7% no mês. No acumulado do ano, porém, a variação foi positiva, de 1,8%, já que o volume passou de 28 mil para 28,5 mil unidades. No recorte anual, a queda nas exportações é significativa, de 33,9%, bem como a de produção, de 21,5%.
Ainda segundo a Anfavea, os países que mais deixaram de exportar veículos do Brasil foram Chile (-76%), Colômbia (-49%), Argentina (-44%) e Peru (-48%). O período considerado foi janeiro-julho, cotejando-se os anos de 2019 e 2020.
Na entrevista coletiva, a Anfavea também apresentou dados referentes à empregabilidade do setor, que, com a pandemia, diminuiu. Ao todo, foram cortados 630 postos de trabalho, entre agosto de 2019 e agosto de 2020.