Os Estados Unidos vão reduzir, até outubro, quase à metade o número de soldados estacionados no Iraque – anunciou nesta quarta-feira (9) o general Kenneth McKenzie, chefe do comando militar americano no Oriente Médio, referindo-se a uma das promessas eleitorais do presidente Donald Trump.

“Reconhecendo o grande progresso obtido pelas forças iraquianas e em consulta e em coordenação com o governo iraquiano e com nossos sócios da coalizão, os Estados Unidos decidiram reduzir sua presença militar no Iraque de aproximadamente 5.200 para 3.000 durante o mês de setembro”, afirmou McKenzie em Bagdá.

A decisão obedece “nossa confiança na maior capacidade das Forças de Segurança iraquianas para operar de forma independente”, completou.

McKenzie insistiu em que Washington continuará apoiando os militares iraquianos na luta contra o Estado Islâmico (EI), grupo extremista expulso de seus redutos no ano passado, mas que permanece disperso no Iraque.

O governo dos Estados Unidos está comprometido com o “objetivo final” de um Iraque, no qual as forças locais podem evitar por conta própria um retorno do EI e assegurar “a soberania do Iraque sem ajuda externa”, destacou.

“O caminho tem sido difícil, o sacrifício, grande, mas o avanço foi significativo”, disse o general.

No fim de 2018, 5.200 soldados americanos estavam no Iraque, o que representava a maior parte do contingente de 7.500 militares da coalizão internacional no país, segundo fontes do governo americano.

No ano passado, estas forças, a embaixada dos Estados Unidos e comboios de logística foram alvo de dezenas de ataques com mísseis. Pelo menos seis militares morreram: três americanos, um britânico e dois iraquianos.

Funcionários do governo americano atribuem a violência a facções próximas ao Irã, país que, como inimigo de Washington, exige que as tropas dos Estados Unidos abandonem o Oriente Médio.

Trump deve anunciar a retirada de tropas do Afeganistão nos próximos dias, de acordo com uma fonte do governo.

Hoje, Washington mantém 8.600 soldados em território afegão, segundo um acordo bilateral assinado em fevereiro deste ano com os talibãs.

Trump, que disputa a reeleição em novembro, prometeu o retorno dos soldados americanos para acabar com o que chama de intermináveis guerras dos Estados Unidos no mundo.