16/09/2020 - 7:17
A recessão mundial será menos profunda que o previsto inicialmente em 2020, graças à reação rápida e consequente dos Estados – afirma a OCDE em suas perspectivas econômicas publicadas nesta quarta-feira (16), mas a recuperação em 2021 será menos intensa do que a estimativa apontava em junho.
Depois de acelerar na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), quando as medidas de confinamento destinadas a combater a pandemia do coronavírus foram flexibilizadas, “o ritmo da recuperação mundial perdeu um pouco do impulso durante os meses de verão, em particular nas economias mais avançadas”, constata a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
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A organização com sede em Paris aposta agora em um crescimento de 5% em 2021, após um retrocesso de 4,5% em 2020. Em junho, a OCDE projetava uma queda de 6% para este ano e uma recuperação de 5,2% para 2021.
A OCDE destaca, no entanto, que “as perspectivas são muito incertas, porque dependem das hipóteses relativas à propagação do vírus e à evolução das políticas macroeconômicas”.
Além disso, a cifra global oculta “diferenças consideráveis entre os países”, da China (+1,8%), que seria a única economia do painel analisado pela OCDE a registrar crescimento em 2020, até a Índia, onde a pandemia chegou alguns meses mais tarde e que deve registrar queda de 10,2% do PIB.
Em 2020, os Estados Unidos (-3,8%) teriam um desempenho melhor do que o previsto inicialmente, e a Alemanha (-5,4%) registraria um resultado melhor que o da Eurozona (-7,9%). França (-9,5%), Itália (-10,5%) e Reino Unido (-10,1%) sofreriam quedas consideráveis, e a recuperação em 2021 seria menos expressiva do que o esperado pela OCDE em junho.
Ao mesmo tempo, a análise da organização é clara: sem a reação rápida e em larga escala dos governos, e sem a intervenção consequente dos bancos centrais, “a contração da atividade teria sido muito mais importante”.
Por este motivo, a OCDE faz um apelo para que os Estados continuem com o apoio às atividades em 2021, levando em consideração que a “incerteza continua elevada e a confiança frágil”.
O mundo teme uma segunda onda da pandemia, que já provocou quase 930.000 mortes, e intensifica as medidas para tentar conter a propagação. Israel, por exemplo, decidiu retomar o confinamento geral da população. A Inglaterra aplica uma limitação rígida das reuniões.
A OCDE adverte que “um ressurgimento mais forte do vírus, ou medidas de confinamento mais estritas, poderia reduzir em dois ou três pontos percentuais o crescimento mundial em 2021”.