20/09/2020 - 16:00
Os tucanos comemoraram a primeira pesquisa Ibope feita após a confirmação da lista de candidatos à Prefeitura de São Paulo enquanto o PT minimizou os números e aposta na entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de TV para melhorar o desempenho do seu candidato, o ex-secretário de Transportes Jilmar Tatto, que recebeu 1% das intenções de voto.
Já Guilherme Boulos, do PSOL, que apareceu em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto, usou a pesquisa para se colocar como o representante viável da esquerda na disputa. “O resultado da pesquisa Ibope mostra que a nossa candidatura é a mais forte do campo de oposição e de esquerda. E é a única capaz de evitar uma tragédia de Bolsodoria no 2° turno – ou seja, do candidato do Bolsonaro, que é o Russomanno, e o do João Doria, que é o Bruno Covas”, disse Boulos ao Estadão.
Os tucanos, por sua vez, disseram que a liderança de Celso Russomanno (Republicanos), com 24% das intenções de voto, já era esperada devido a exposição dele na TV e no noticiário nos últimos dias, mas questionam o poder de transferência de votos do presidente Jair Bolsonaro, que apoia o deputado, que é vice líder do governo na Câmara.
“A rejeição de Bolsonaro reflete seu comportamento na crise da covid. Há mais arrependidos de ter votado no presidente do que apoiadores na cidade”, disse Wilson Pedroso, coordenador da campanha de Bruno Covas. Apesar de Bolsonaro ter vencido em São Paulo, com folga de 20 pontos porcentuais, a disputa presidencial de 2018, agora praticamente metade dos eleitores paulistanos (47%) afirmam que o apoio dele a alguém reduziria sua vontade de votar nessa pessoa. Desse total, 41% afirmam que a vontade diminuiria muito, e 6% que diminuiria um pouco.
Sobre a rejeição a Covas, que lidera nesse quesito com 30%, Pedroso disse considerar o número “absolutamente normal”. “Estamos muito felizes com a pesquisa”, afirmou.
Em sua terceira tentativa de chegar à Prefeitura, o deputado federal e apresentador de televisão Celso Russomanno, do partido Republicanos, lidera a primeira pesquisa Ibope com 24% das intenções de voto, e é seguido pelo atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), com 18%. Em terceiro lugar, empatados tecnicamente, aparecem Guilherme Boulos (PSOL), com 8%, e Marcio França (PSB).
Ao Estadão, Russomanno disse receber o resultado “com muita tranquilidade” e que conta com a experiência de outras campanhas em seu favor. “Sabemos do trabalho que vem sendo feito ao longo destes anos e o quanto aprendemos em outras disputas. Sabemos que temos muito ainda que trabalhar e nos preparar para fazer uma bela e vitoriosa campanha em 2020”, disse.
A maior surpresa foi o desempenho do candidato do PT, Jilmar Tatto, com apenas 1% das intenções de voto. “Com a presença do Lula o PT cresce. O tempo de TV vai nos ajudar. Não temos dúvida que o Lula vai entrar nos programas de TV e na campanha”, disse o deputado estadual Ênio Tatto (PT), que integra a coordenação da campanha de seu irmão.
Já o ex-governador Marcio França (PSB) disse que se surpreendeu com a alta rejeição de Covas e que esse número pode tirar o tucano do segundo turno. “Essa rejeição muito alta tiraria o Bruno do segundo turno, e isso surpreendeu”, disse o pessebista. Quando questionados sobre em quem não votaria de jeito nenhum, 30°% dos entrevistados citaram o nome do prefeito. Russomanno aparece em 2° nesse quesito, com 24%, seguido de Levy Fidelix (PRTB) – 21% – Joice Hasselmann (PSL) 17%, Guilherme Boulos (Psol) 13%, Arthur do Val (Patriotas) 10% e Marcio França (PSB), com 10%.
“Temos aqui um critério que de deduzir a rejeição do número da intenção de voto”, explicou. Sobre Russomanno, o ex-governador reconheceu. “Ele é o mais popular de nós todos, mas sua campanha tem uma deficiência grave, que é o pouco tempo de TV”.
Com 2% das intenções de voto, a deputada Joice Hasselamnn (PSL) minimizou seu desempenho. “Sobre os números, acho que não diz nada. É pesquisa de recall. A coisa vai começar pra valer a partir do primeiro debate. Há muitas eleições as pesquisas tem errado feio. Errou em 2016 para prefeito, em 2018 para governador e presidente e erra agora em 2020. Pesquisa que vale hoje é a pesquisa qualitativa”, disse a candidata ao Estadão.