21/09/2020 - 14:01
Os Estados Unidos anunciaram, nesta segunda-feira (21), medidas punitivas contra o ministério da Defesa do Irã e o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em nome do respeito às sanções da ONU contestadas pelo resto do mundo, e exigiu que a Europa faça o mesmo.
O governo de Donald Trump designou 27 pessoas ou entidades que, segundo ele, estariam sujeitas a sanções “da ONU”, mas o próprio órgão multilateral disse que a decisão não depende de Washington.
“Os Estados Unidos restabeleceram as sanções da ONU contra o Irã”, disse Trump em um comunicado.
“Minhas medidas de hoje enviam uma mensagem clara ao governo iraniano e àqueles na comunidade internacional que se negam a enfrentar o Irã”, acrescentou.
O governo Trump argumenta que está aplicando um embargo de armas da ONU violado pelo Irã, entre outras coisas, devido a um ataque às instalações de petróleo da Arábia Saudita.
Para fazer isso, está apelando a uma resolução da ONU que aprovou um acordo nuclear de 2015 com o Irã, negociado pelo ex-presidente americano Barack Obama, antecessor de Trump.
Trump se retirou deste acordo em 2018, mas argumenta que os Estados Unidos continuam sendo um “participante”, conforme estabelecido na resolução de 2015.
O argumento legal foi rejeitado por praticamente todas as nações no Conselho de Segurança da ONU, e os aliados europeus dos Estados Unidos afirmaram que a prioridade é conseguir uma solução pacífica para o programa nuclear do Irã.
– Contra Maduro –
“Deixamos muito claro que todos os Estados-membros das Nações Unidas têm a responsabilidade de cumprir as sanções”, disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, à imprensa, quando foi questionado sobre a oposição europeia.
“Isso certamente inclui o Reino Unido, França e Alemanha. Temos todas as expectativas de que essas nações cumpram as sanções”, disse.
As pessoas listadas sob as sanções “da ONU” já são, em sua maioria, alvos de medidas punitivas dos Estados Unidos, e incluem o Ministério da Defesa do Irã e sua Organização de Energia Atômica.
Os Estados Unidos também vêm tentando tirar Maduro do poder, cujo segundo mandato, iniciado em 2019, considera resultado de eleições fraudulentas. Por seu lado, Maduro tem buscado cada vez mais a cooperação com o Irã no setor de petróleo.
O Departamento de Estado afirmou que as sanções a Maduro, na ordem executiva de Trump com base na resolução da ONU, apontam para transações de defesa entre Irã e o líder venezuelano.
“Por quase dois anos, funcionários corruptos em Teerã trabalharam com o regime ilegítimo da Venezuela para contornar o embargo de armas da ONU”, disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, a repórteres.
“Nossas medidas hoje são um alerta que deve ser ouvido em todo o mundo”.
Assinado em Viena em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, o acordo nuclear iraniano permitiu o levantamento parcial das sanções contra Teerã em troca do compromisso de não desenvolver armas nucleares.