06/10/2020 - 15:17
Apesar da grande antecipação feita com o anúncio de que as Lojas Havan entrariam na listagem de empresas da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, a rede varejista resolveu suspender sua Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) que realizaria neste semestre. O motivo da decisão foi um interesse de mercado menor do que o necessário para o valuation (valor) da empresa bater uma faixa entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões, que o empresário Luciano Hang esperava alcançar.
Os bancos que assessoram a abertura de capital da empresa (Itaú BBA liderava o pedido, com a participação da XP Investimentos, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco BBI, Safra e Santander) aconselharam Hang a esperar pela estabilidade da economia brasileira e, sobretudo, o apetite dos investidores em apostarem com força em um negócio do tipo.
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A companhia também era questionada por não ter uma plataforma de vendas online forte o suficiente para valer o que Hang pedia, um claro sinal de que o mercado espera e vai apostar somente em operações que tenham olhar para o mundo tecnológico.
Segundo a revista Exame, a Havan registrou apenas R$ 77 milhões em vendas online no ano passado, ante uma receita líquida de R$ 7,9 bilhões.
No primeiro semestre deste ano, claramente afetada pela pandemia e pelo fechamento de muitas lojas pelo País, a Havan teve resultado operacional de R$ 86 milhões, queda de 75% na comparação com o mesmo período de 2019.
Outro ponto de alerta para os investidores foi a carta de apresentação da Havan ao mercado, onde a rede varejista colocava o próprio Luciano Hang como um problema a ser considerado.
O documento indicava as suas opiniões polêmicas – ele é parte de um inquérito no Supremo Tribunal Federal contra fake news – e as ações judiciais ao qual foi submetido nos últimos anos.
Apesar disso, a carta o apontava como o principal fator de sucesso da rede, conhecido por comandar seu negócio de perto.
Empresas desistindo dos IPOs
O que aconteceu com a Havan, apesar dos riscos envolvidos e já mencionados, não é exclusivo da rede varejista, já que outras empresas também estão deixando seus IPOs para o ano que vem. É o caso da BR Partners, Compass e da Cosan, que decidiram esperar o fortalecimento do mercado.
Segundo a Veja, a Sequoia Logística, empresa investida pela Warburg Pincus, estuda reduzir o pedido no processo de abertura de capital, aceitando ganhar menos para entrar na B3.