06/10/2020 - 21:02
Um comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Uidos concluiu em um relatório divulgado nesta terça-feira (6) que as quatro maiores empresas de tecnologia do país são “monopólios” que abusam de sua posição dominante, e pediu mudanças radicais nas leis de concorrência e sua aplicação, o que poderia levar à segmentação das companhias.
No entanto, o relatório do Comitê Judiciário da Câmara não conseguiu o apoio de seus membros republicanos, colocando em evidência a divisão partidária, apesar de suas amplas críticas aos gigantes da tecnologia.
O documento, de 449 páginas, afirma que Amazon, Apple, Facebook e Google operam baseadas em uma “regulamentação quase privada, que não presta contas a ninguém além de si mesmos”.
“Simplificando, empresas que, antes, eram startups desprivilegiadas que desafiavam o status quo se tornaram o tipo de monopólio que vimos pela última vez na era dos magnatas do petróleo e das ferrovias”, diz o relatório.
O documento é o resultado de uma investigação de mais de 15 meses, que incluiu audiências este ano com os principais executivos das quatro empresas, paralelamente a investigações antitruste conduzidas por autoridades federais e estaduais.
Os presidentes do Comitê Judiciário, Jerrold Nadler, e do subcomitê antitruste, David Cicilline, disseram em comunicado conjunto que as companhias de tecnologia “têm poder de mercado significativo sobre grandes setores” da economia do país, e que todas “exploraram seu poder de mercado de maneiras anticompetitivas”.
O relatório sugere ações que poderiam levar a divisões nas empresas, e pede “separações estruturais” para proibi-las de competir em plataformas que já operam.
As conclusões ecoam um repúdio crescente às empresas de tecnologia, que aumentaram seus lucros nos últimos anos à medida em que ampliaram seu domínio no mercado, inclusive durante a pandemia de coronavírus.
Embora os democratas tenham condenado a posição das plataformas no mercado, os republicanos criticaram o que consideram um viés das empresas do Vale do Silício contra os conservadores.