13/10/2020 - 15:58
O curso da pandemia de covid-19 pode alterar dramaticamente as perspectivas da economia global, tanto para melhor quanto para pior, afirmou o Fundo Monetário Internacional nesta terça-feira (13).
Em seu último relatório “World Economic Outlook” (WEO), o Fundo projeta que a recessão global será menos pronunciada do que o esperado em junho, com uma contração de 4,4% em 2020. Mas oferece dois cenários alternativos que dependem muito se o vírus pode ser controlado ou não.
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– Cenário pessimista –
Se a contenção do vírus for mais difícil do que o esperado, medidas para prevenir a disseminação irão piorar a resistência à atividade econômica.
Isso provocaria uma deterioração do crescimento global em 2020 de 0,75 pontos percentuais, sendo que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 apenas oscilará em torno de 2,2% contra a previsão atual de 5,2%.
“O impacto negativo sobre o nível do PIB é quase o dobro para as economias de mercado emergentes do que para as economias avançadas”, com menos recursos para gastar, observou o relatório.
Este cenário também pressupõe uma desaceleração dos avanços nas vacinas e no tratamento do coronavírus, o que “leva a uma deterioração da atividade em setores fortemente dependentes do contato (como lazer e turismo), com efeitos na renda que se estendem a outros setores”, indicou.
O acesso ao financiamento seria restrito e a fraqueza prolongada criaria “danos persistentes à capacidade de oferta das economias” e aumento do desemprego, levando a “efeitos de cicatrização” que serão sentidos em 2022 e depois.
– Cenário otimista –
O panorama econômico mundial pode ser revisado para cima se “todos os elementos na luta contra a covid-19 melhorarem muito mais do que o que foi assumido como base”, disse o FMI.
Na melhor das hipóteses, o crescimento global acelera gradualmente, com o PIB aumentando cerca de 0,5 pontos percentuais em 2021, ou 5,7%.
O FMI estima que a perda cumulativa do PIB para 2020-2025 será de cerca de 28 trilhões de dólares.
Nesse cenário, “em 2025, o nível do PIB mundial está cerca de 2% acima da linha de base, com a melhora nas economias emergentes quase duas vezes maior que nas economias avançadas”, segundo o relatório.
Isso significaria progresso nos tratamentos e na produção de vacinas, reduziria a taxa de mortalidade, ajudaria a restaurar a confiança e permitiria que os setores mais afetados se recuperassem mais rapidamente, contribuindo com mais gastos com outros.
A recuperação mais rápida também levaria a menos falências, com implicações positivas para o emprego.