30/10/2020 - 16:25
Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta sexta-feira, 30, no menor valor em cinco meses, em meio aos temores de que a nova onda de casos de coronavírus ameaça a recuperação da demanda global. As incertezas relacionadas à campanha eleitoral nos Estados Unidos também ajudaram a compor o quadro turvo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para dezembro caiu 1,05%, a US$ 35,79, com tombo de 10,2% na semana. Na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do Brent para o mesmo mês recuou 0,84%, a US$ 41,77 o barril, com baixa semanal de 9,17%. Ambos os contratos estão nos menores níveis desde maio.
O ativo energético entrou em uma espiral de queda nos últimos dias, quando a segunda onda de casos de covid-19 passou de ameaça para realidade. França, Alemanha, Bélgica e diversos outros países voltaram a impor medidas de restrição à circulação de pessoas para conter a disseminação da doença. Nos EUA, só ontem foram registrados quase 90 mil diagnósticos do vírus, o maior número diário desde o início da pandemia.
O endurecimento das quarentenas colocou pressão sobre o mercado de commodities. Para o Commerzbank, esse quadro deve forçar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, junto com aliados (Opep+), a tomar medidas na reunião de novembro.
“Qualquer ação que o cartel tomar provavelmente falhará, contudo. Anunciar que o corte voluntário na produção permanecerá em vigor teria pouco impacto em face da demanda persistentemente fraca e do sentimento negativo”, pondera.
Como demais investimentos de risco, o petróleo também é prejudicado pelas incertezas em relação as eleições nos EUA, que acontecem na próxima terça-feira. Embora o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, apareça em larga vantagem sobre o atual presidente, Donald Trump, nas pesquisas, há o temor de que o resultado fique indefinido por conta das disputas judiciais a respeito da votação por correio.
Entre notícias do setor, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA subiu 10 na última semana, de 211 a 221. Já a produção da Opep aumentou pelo quarto mês consecutivo em outubro, de acordo com uma pesquisa da agência Reuters, com o retorno à operação de mais instalações da Líbia no setor e exportações mais altas do Iraque.