19/11/2020 - 7:10
Um dos desafios em relação à vacina da Pfizer será obter o produto – a empresa já fechou acordo com mais de 30 países, entre eles os Estados Unidos, que já compraram 100 milhões de doses antecipadamente. Outra questão logística diz respeito ao armazenamento e transporte da vacina, que requer temperaturas de menos 70 graus Celsius para se manter estável.
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Ontem, a Pfizer e BioNTech reforçaram que estão trabalhando para escalar a produção, na expectativa de chegar a 50 milhões de doses – suficientes para imunizar 25 milhões de pessoas – até o fim do ano, e a 1,3 bilhão de doses em 2021.
Dessas primeiras 50 milhões de doses, metade deve ficar nos Estados Unidos já este ano, após o acordo feito pelo presidente Donald Trump, de US$ 1,95 bilhão. Americanos vão receber a vacina gratuitamente. Há possibilidade de compra de outras 500 milhões de doses ao longo do próximo ano. O Reino Unido negociou 30 milhões de doses. O Japão, 120 milhões. A União Europeia fechou acordo para comprar 300 milhões.
Na semana passada, a farmacêutica não revelou os preços que cobrará por cada dose, mas afirmou que a empresa está praticando três valores: um para EUA e Europa, outro para países em desenvolvimento como o Brasil e um terceiro para nações subdesenvolvidas.
Gelo seco
Sobre a logística de refrigerar o imunizante, a empresa disseque “elaborou plano logístico detalhado com ferramentas para apoiar o transporte eficaz, armazenamento e monitoramento contínuo” da temperatura da potencial vacina.
“A alternativa que a empresa oferece é transportar as vacinas em contêineres especiais com gelo seco, que manteriam a vacina viável por 15 dias. E o produto ainda se mantém estável por mais cinco dias em um freezer normal”, diz infectologista Edson Moreira, coordenador do estudo da Pfizer no Brasil. Para esse transporte, é necessário que haja recarga do gelo seco e que as caixas não sejam abertas mais do que duas vezes por dia.
“É um desafio, mas é o tipo do problema que estávamos loucos para ter de enfrentar. Até pouco tempo atrás não tínhamos vacina, um problema maior”, afirma o médico.
Inicialmente, a vacina deve ser oferecida a grupos de risco, como profissionais de saúde e idosos. “Trabalhávamos com estimativa de eficácia de 70%; o resultado foi excepcional, significa que de cada cem vacinados, 95 estão protegidas”, diz. “Nenhuma vacina é 100% eficaz”, diz ele, lembrando que a do sarampo, com, eficiência de 80%, erradicou a doença no mundo.
O bom resultado em idosos também anima. “É bom porque, em geral, a eficácia das vacinas diminui com a idade, uma vez que o sistema imunológico envelhece e se torna menos eficiente”, diz. “É extremamente importante que possamos oferecer proteção dessa magnitude a pessoas desse grupo de risco.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.