05/12/2020 - 10:53
Quarenta anos após a morte de John Lennon, Paul McCartney e Ringo Starr, os sobreviventes dos Beatles, continuam a fazer música, cada um à sua maneira.
– Novo álbum de Paul
Aos 78 anos, Paul McCartney lança um novo álbum em 18 de dezembro.
“McCartney III” será seu 18º álbum solo, mas o terceiro que ele realmente fez sozinho, tocando todos os instrumentos: piano, guitarra, baixo, bateria, além de cuidar de todos os arranjos.
O título é uma referência ao álbum “McCartney”, lançado em 1970, e “McCartney II”, de 1980, tocado inteiramente sozinho.
“McCartney é um dos pioneiros do ‘home-studio’, ou seja, do músico que sabe tocar de tudo”, disse à AFP Stan Cuesta.
Seu primeiro álbum, há 50 anos, deu muito que falar, pois foi lançado acompanhado de uma carta do músico na qual ele avisava que nunca mais tocaria com os Beatles, embora a separação do grupo ainda não fosse um fato.
Nesse caso, seu álbum certamente será elogiado por suas qualidades musicais que mostram que esse mito da música está vivo e curtindo plenamente o que faz.
O álbum foi gravado em pleno confinamento, em sua casa na Inglaterra, onde mora com sua família.
“Todos os dias eu gravava com o instrumento para o qual tinha escrito a música e depois sobrepunha o resto. Foi muito divertido. Se tratou de fazer música para si mesmo e não para o trabalho, então posso dizer que fiz algo que queria”, explicou o ex-Beatles.
“McCartney envelhece de forma muito nobre e quando se encontra em um impasse musical, como foi o caso nas décadas de 80 e 90, de repente sai com coisas incríveis”, diz Cuesta.
– O baterista sempre na ativa –
Aos 80 anos, o baterista dos Beatles dedica seu talento musical à “All Starr band”, um show com amigos de prestígio.
Ringo não tem o magnetismo de Paul McCartney, mas ainda está ativo e, se a crise sanitária permitir, tem até planos de retomar os shows desse grupo em junho de 2021 nos Estados Unidos.
Esta aventura maluca, com guitarristas como Joe Walsh (Eagles) ou Steve Lukather (Toto), permite que ele se divirta, como quando canta “Yellow submarine”.
“Ringo é o bom amigo, o cara legal, aquele que unia os Beatles, e os outros sempre compunham uma música que ele podia cantar, então ele sempre canta as mesmas músicas, mas por estar cercado de gente conhecida, que cantam e mudam, o show se renova”, disse à AFP Stan Cuesta, autor de “The Beatles” (edições Layeur).
Grandes nomes como Dr. John ou Clarence Clemons (saxofonista do E Street Band, banda de apoio de Bruce Springsteen), ambos já falecidos, fizeram parte da aventura.
Este projeto foi a tábua de salvação de Ringo, o que teve mais dificuldades após a separação do grupo.
“A certa altura, ele se perdeu. Do ponto de vista comercial, seus álbuns foram um desastre e as gravadoras fecharam as portas na cara dele”, contou Stan Cuesta.
“Este projeto ‘All Starr’, com os seus amigos famosos, permite-lhe fazer digressões, fazer vídeos regularmente, tem uma produção abundante”, afirma o especialista.
O nome desse combo reflete sua predileção por “jogos de palavras, que fazia com que suas respostas fossem muito esperadas nas coletivas de imprensa dos Beatles. Ele é quem fazia o espírito de Liverpool respirar”, enfatiza Yves Bigot, CEO da TV5Monde e ex-diretor de uma gravadora.