05/01/2021 - 19:41
Os policiais envolvidos na realização de disparos que feriram gravemente o afro-americano Jacob Blake, que sobreviveu, mas ficou paralisado, em agosto do ano passado, em Kenosha, não serão processados, anunciou nesta terça-feira (5) o promotor encarregado do caso, que reacendeu a revolta antirracista nos Estados Unidos.
“Nenhum agente de Kenosha será acusado (…) Baseando-nos nos fatos e na lei, decidimos que não serão apresentadas acusações”, disse o promotor local, Michael Graveley, durante coletiva de imprensa.
Em antecipação a este anúncio, o conselho municipal declarou estado de emergência na cidade de 100.000 habitantes no estado de Wisconsin. Além disso, 500 membros da Guarda Nacional estão preparados para agirem em caso de violência.
Blake, 29, foi baleado em 23 de agosto enquanto seus três filhos o observavam enquanto ele tentava entrar no carro. Gravemente ferido, ele perdeu o uso das pernas.
A cena foi filmada por uma testemunha e os agentes envolvidos foram suspensos de suas funções.
O caso gerou três noites de tumulto em Kenosha, culminando em 25 de agosto, quando um jovem de 17 anos disparou um rifle semiautomático contra três manifestantes, matando dois.
Sua prisão no dia seguinte trouxe uma calma precária à cidade. O jovem, Kyle Rittenhouse, foi posteriormente libertado sob fiança de US $ 2 milhões. Na terça-feira, ele se declarou inocente.
O caso causou forte mobilização no meio esportivo e no cenário político. Até os então candidatos presidenciais Donald Trump e Joe Biden foram até a cidade.
O país testemunhou um movimento de protesto histórico contra o racismo e a violência policial desde a morte de George Floyd, um afro-americano sufocado por um policial branco em 25 de maio em Minneapolis.