06/01/2021 - 12:12
O Reino Unido precisa de um terceiro confinamento para impulsionar a “corrida para vacinar” a população mais vulnerável entre janeiro e fevereiro, defendeu o primeiro-ministro Boris Johnson no Parlamento, que nesta quarta-feira (6) deve aprovar retroativamente esta medida.
“Após a maratona do ano passado, estamos em uma corrida para vacinar as pessoas vulneráveis mais rápido que o vírus pode alcançá-las”, afirmou Johnson, cuja decisão, anunciada repentinamente na segunda-feira à noite, começou a ser aplicada já no dia seguinte.
“Mas se vamos vencer esta corrida (…), temos que dar ao nosso exército de vacinadores a maior vantagem possível” e “para isso devemos mais uma vez ficar em casa”, acrescentou.
Os 56 milhões de habitantes da Inglaterra entraram, na terça-feira, em seu terceiro confinamento nacional, após os da primavera e do mês de novembro. Esse novo confinamento permanecerá legalmente em vigor até 31 de março, segundo a legislação apresentada nesta quarta à Câmara dos Comuns.
A Escócia também iniciou na terça-feira um novo confinamento total durante todo janeiro, enquanto Gales e Irlanda do Norte, que já estavam confinadas parcialmente, fecharam suas escolas.
Apesar da hostilidade de alguns deputados do campo conservador de Johnson, a medida para a Inglaterra será provavelmente aprovada por uma ampla maioria graças ao apoio da oposição trabalhista.
Seu líder, Keir Starmer, que exigia há dias um novo confinamento, voltou a criticar a lentidão e a inconstância do governo na gestão da pandemia.
Com mais de 76.300 mortos, o Reino Unido é um dos países da Europa mais castigados pela covid-19. Na terça-feira, registrou quase 61.000 novos casos.
Pioneiro dos países ocidentais na campanha de vacinação, iniciada em 8 de dezembro, já imunizou 1,3 milhão de pessoas com as vacinas desenvolvidas por Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford.
Além disso, estabeleceu o objetivo de vacinar até meados de fevereiro todos os maiores de 70 anos, assim como os profissionais da saúde, quase 14 milhões de pessoas.
“O calendário de vacinação é realista, mas não é fácil”, admitiu em coletiva de imprensa na terça-feira o conselheiro médico do governo, Chris Whitty.
O secretário de Estado encarregado da campanha, Nadhim Zahawi, também considou hoje que é uma meta “muito ambiciosa”, mas alcançável, em declarações ao canal Sky News.