29/01/2021 - 8:17
A participação de mercado dos smartphones da chinesa Huawei despencou no último trimestre de 2020 no gigante asiático, devido ao efeito das sanções americanas – é o que mostram dados publicados nesta sexta-feira (29) pela consultoria Canalys.
O governo americano do ex-presidente Donald Trump acusou a Huawei, especialista em tecnologia 5G e segunda maior fabricante de telefones do mundo, de espionar em nome de Pequim, o que o grupo de telecomunicações nega.
Em 2019, as autoridades americanas incluíram a Huawei em uma lista negativa para impedir que a empresa adquirisse tecnologia americana essencial para seus telefones.
De acordo com o estudo da Canalys, essa situação fez as vendas da gigante chinesa despencarem em seu mercado interno no final de 2020.
No quarto trimestre, a Huawei vendeu na China 18,8 milhões de telefones (-44% em um ano). Sua participação de mercado no país caiu para 22%, ante 38% um ano antes.
“Este é provavelmente o período mais difícil para a Huawei, que não consegue nem honrar seus pedidos no mercado doméstico”, devido às sanções americanas, diz a analista da Canalys, Nicole Peng.
Desde setembro, a Huawei não pode equipar seus aparelhos top de linha com os novos chips Kirin, já que o grupo não tem capacidade para substituí-los.
Também não tem acesso a atualizações para o Android, sistema operacional do Google nos Estados Unidos, o mais utilizado entre os telefones.
Na China, a Huawei ainda é a maior vendedora de smartphones, embora seus compatriotas Oppo (20% do mercado) e Vivo (19%) estejam em seus calcanhares.
A americana Apple é a quarta, com 18% do mercado, “seu melhor resultado na China em vários anos”, segundo a Canalys.
Em 2019, uma pequena minoria de chineses pediu um “boicote ao iPhone” da marca americana e defendeu a Huawei, em razão das sanções americanas.
No conjunto de 2020, contudo, a Huawei mantém uma vantagem confortável sobre seus concorrentes na China, com 38% de mercado, contra 18% da Oppo, em segundo lugar.
Enfrentando dificuldades em função das sanções americanas, a Huawei foi forçada a vender em novembro passado sua marca de smartphones Honor.
No início desta semana, a Huawei negou querer se separar do restante de suas atividades de smartphones.