As entregas de comida, alimentos e álcool estão em pleno auge em muitos países devido às restrições de circulação e aos fechamentos de restaurantes pela pandemia de covid-19.

Nesta quinta-feira (11), a gigante Uber informou grandes prejuízos líquidos para o ano 2020, mas anunciou que seu ramo de entrega de comidas Uber Eats teve um aumento na renda de 224% no mundo só no quarto trimestre.

“Continuamos confiando na possibilidade de que nosso ramo de entrega chegue a ser lucrativo em 2021”, afirmou Dara Khosrowshahi, chefe do grupo californiano cuja atividade histórica de VTC sofreu em cheio o impacto do coronavírus.

No ano passado, a Uber apostou em se expandir nas entregas de comidas, comprando o aplicativo Postmates.

Já o serviço Delivery Hero – com sede em Berlim e que opera em 40 países – informou que quase dobrou suas operações no ano passado, efetuando 1,3 bilhão de entregas.

Grande rival da Uber Eats, a plataforma britânica Deliveroo ainda não informou seu rendimento em 2020, mas recentemente anunciou um aumento de suas vendas e que foi lucrativa por mais de seis meses graças às restrições de circulação, que estimularam o recurso ao seus serviços.

Após o auge do ano passado, “este crescimento das entregas de comida continuará seu impulso em 2021 e também em 2022. Mas não se pode esquecer que se partiu de muito baixo, por isso esses crescimentos tão fortes”, disse nesta quinta-feira à AFP María Bertoch, especialista do setor para o NPD Group.

– Hábitos anteriores à crise –

Nem todos os países têm o mesmo apetite por esses aplicativos.

Os campeões são os países anglo-saxões. Na França, apenas 6% dos “pedidos foram realizados em entrega” em 2020, contra 3% em 2019. No Reino Unido, esta proporção foi de 17% no ano passado, contra 9% em 2019, diz María Bertoch.

As taxas de crescimento mostradas pelo Uber Eats “se baseiam principalmente nos países anglo-saxões”, afirma Bernard Boutboul, diretor do Gira Conseil, à AFP.

Além das refeições, a entrega de mercado também cresceu em 2020.

Ocado, distribuidora de alimentos online que teve um aumento de 35% de seu volume de negócios, estima que “muitos dos clientes que tentaram comprar online pela primeira vez viram os benefícios e disseram que podem não voltar aos seus hábitos anteriores à crise”.

A Uber também atacou este segmento e na semana passada anunciou a compra do Drizly, líder no fornecimento de álcool sob demanda nos Estados Unidos.

Drizly, que já opera em 1.400 cidades americanas e oferece uma ampla seleção de cervejas, vinhos e licores, se integrará na plataforma Uber Eats, conservando ao mesmo tempo seu aplicativo separadamente.