11/02/2021 - 22:11
Um estudo realizado por cientistas da University of Manchester e da Manchester University NHS Foundation Trust apontou que um simples teste não invasivo com uma amostra de urina pode detectar com precisão o câncer de útero.
Atualmente, as mulheres são diagnosticadas usando um telescópio estreito, chamado histeroscópio, para examinar o interior do útero, onde a biópsia é feita. Porém, 31% das mulheres que passam pelo procedimento devem repeti-lo devido a dificuldades técnicas ou dor insuportável. Milhares de mulheres que não têm câncer de útero também se submetem ao procedimento, com enormes implicações financeiras para o sistema de saúde.
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A equipe de pesquisa, que publicou suas análises na Nature Communications, acredita que a nova ferramenta de detecção – cujas amostras podem ser coletadas por mulheres em casa – poderia ser incorporada à prática clínica, uma vez que testes em grande escala tenham sido realizados.
A proporção de mulheres com câncer de útero identificadas pela nova ferramenta foi de 91,7%. As mulheres com teste positivo com este teste podem ser encaminhadas para investigações diagnósticas, enquanto as mulheres com resultado negativo são tranquilizadas com segurança, sem a necessidade de procedimentos desagradáveis, invasivos, que provocam ansiedade e são caros.
O câncer de útero é conhecido por liberar células malignas através do colo do útero para o trato genital inferior. Essas células podem ser coletadas da vagina por meio de uma lavagem suave ou de amostras de urina coletadas pela própria pessoa. Testar as células – conhecido como citologia – pode ser uma ferramenta útil porque a experiência e a infraestrutura necessárias para realizar já estão estabelecidas no sistema de saúde. Suas vantagens incluem custos baixos, tempos de resposta rápidos e potencial para diagnóstico no local de atendimento.