12/02/2021 - 13:15
Apesar dos avanços no programa de vacinação, ainda não existem datas para vacinação de todos os idosos abaixo de 80 anos em São Paulo. Até agora o Brasil contratou doses para vacinar apenas um quarto da população prioritária contra covid-19 neste primeiro trimestre.
O cronograma de vacinação feito pelo Estado de São Paulo, por exemplo, começou com profissionais de saúde, indígenas, quilombolas, além de idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência a partir de 18 anos que vivem em instituições de longa permanência. Na sequência vieram os idosos acima de 90 anos e na quarta-feira foi divulgado o mais recente cronograma, com datas para população entre 80 e 89 anos.
O governo paulista informou que um cronograma mais completo de vacinação será feito assim que o Ministério da Saúde assegurar novos repasses de vacina a São Paulo. De acordo com o governo federal, 2,1 milhões de doses já foram encaminhadas para o Estado de São Paulo, que tem a responsabilidade de repassar aos municípios, conforme necessidades e planejamentos locais.
Idosos de 80 a 84 anos serão imunizados a partir do dia 1.º de março em todo o Estado. A vacinação do grupo de 85 a 89 anos foi antecipada para esta sexta-feira, 12, três dias antes do previsto. A imunização começou no dia 17 de janeiro, na capital paulista, logo após aprovação emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o imunizante do Instituto Butantan.
De acordo com números da Secretaria de Saúde de São Paulo, até quarta-feira pouco mais de 1 milhão de pessoas já tinham sido vacinadas em todo o Estado. A estimativa é de que os idosos entre 80 e 84 anos totalizem 563 mil pessoas nos 645 municípios de São Paulo. Entre 88 e 89 anos são 309 mil.
O Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses). Na quarta-feira chegou ao Instituto Butantan o insumo da China para produção de 8,7 milhões de novas doses da Coronavac. O Estado de São Paulo informou no mesmo dia que enviou mais de 900 mil doses da vacina do Butantan aos municípios. A medida também permite que os municípios comecem a oferecer a segunda dose da imunização.
Disponibilidade
De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, os 27 grupos prioritários somam aproximadamente 77,2 milhões de brasileiros. Considerando que cada vacinação requer duas doses por pessoa, o contingente garantido até o fim de março seria o suficiente para imunizar 20,6 milhões de pessoas, considerando também as 10,7 milhões de doses já entregues em janeiro.
A principal e mais certa aposta do PNI, neste momento, é a Coronavac, produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Em contrato firmado com o governo federal, o laboratório brasileiro se comprometeu a entregar 27,37 milhões de doses da vacina até o fim de março – de um total de 46 milhões.
A entrega de 9,3 milhões da Coronavac prevista para este mês será possibilitada com a importação de 11 mil litros de insumos que chegaram da China em dois lotes, nos dias 3 e 10, e equivalem a 17,3 milhões de doses da vacina. O excedente dessa produção será utilizado para a remessa de março.
Com adendo feito no ano passado, o contrato entre o Butantan e o governo federal passou a estipular um total de 100 milhões de doses. Dimas Covas, diretor do Butantan, afirmou que essa aquisição adicional de 54 milhões de doses será distribuída entre abril e setembro, quando terminar o lote inicial.
Além da Coronavac, outro lote de vacinas previsto para chegar ao Brasil até o final de março é o da aliança Covax, oferecido pela Organização Mundial da Saúde, através de um consórcio com mais de 150 países. A previsão oficial é de que 1,6 milhão de doses do imunizante produzido pela Universidade de Oxford/Astrazeneca sejam entregues ao País até o final do trimestre, com distribuição prevista para iniciar ainda no final deste mês.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por produzir o imunizante da Universidade de Oxford/Astrazeneca no Brasil, também deve começar a entrega de vacinas ao governo federal em março. O contrato com a Astrazeneca prevê o envio de 14 lotes, cada um com insumos suficientes para a produção de 7,5 milhões de doses por entrega. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.