18/02/2021 - 21:17
O Instituto Butantan rebateu na noite desta quinta-feira, 18, a informação divulgada pelo Ministério da Saúde de que haverá dificuldade em manter o cronograma inicial de vacinação contra a covid-19 pelo fato de o órgão entregar apenas 30% das doses contratadas para fevereiro. “O Ministério da Saúde omite e ignora fatos em seu comunicado oficial. Deixa de informar que, como é de conhecimento público, o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina”, afirma o Instituto por meio de nota, destacando que não houve qualquer empenho da União na liberação dos insumos junto ao governo chinês. “A autorização para envio da matéria-prima só ocorreu após intervenções feitas pelo Governo de São Paulo.”
Mais cedo, o Ministério da Saúde informou ter sido comunicado que receberia apenas 2,7 milhões das 9,3 milhões de doses da Coronavac previstas para entrega em fevereiro, o que deve atrasar o cronograma de imunização previsto pela Pasta.
+ Saúde diz que receberá apenas 30% das doses do Butantan previstas para fevereiro
“É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua completa falta de planejamento, que acarretou a falta de vacinas para a população em diversos municípios do País”, diz o Instituto do governo do Estado de São Paulo.
O Butantan afirma que, com todas as dificuldades, 9 em cada 10 vacinas contra o coronavírus usadas atualmente na rede pública são da Coronavac. Segundo o órgão, já foram entregues 9,8 milhões de doses da vacina ao Ministério da Saúde, o que corresponde a 90% de todas as vacinas usadas no País.
“O Butantan tem pressa em fornecer vacinas para a população brasileira. Tanto que criou uma força-tarefa para acelerar a entrega de doses para todo o País, com a duplicação do número de funcionários do setor de envase de 150 para 300 profissionais. Apesar da completa ausência de planejamento do governo federal em relação à vacinação no Brasil e da falta de empenho da diplomacia brasileira que culminou com o atraso na liberação de insumos, o instituto trabalha diuturnamente para viabilizar novas entregas de doses ao PNI (Plano Nacional de Imunização)”, diz a nota do instituto.