15/04/2021 - 17:33
O ex-CEO da petroquímica brasileira Braskem, subsidiária da construtora Odebrecht, se declarou culpado nesta quinta-feira (15) de acusações nos Estados Unidos ligadas a um esquema de suborno no valor de cerca de US$ 250 milhões, informaram autoridades americanas.
José Carlos Grubisich, cidadão brasileiro de 64 anos, admitiu estar envolvido em um esquema de suborno “para obter e manter negócios” em violação da lei americana, informou o Departamento de Justiça.
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A promotoria informou que, entre 2002 e 2014, Grubisich, que foi CEO e conselheiro da Braskem e ocupou diversos cargos na Odebrecht, participou de um plano para subornar funcionários do governo brasileiro em violação à Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) dos Estados Unidos.
Grubisich reconheceu que concordou em pagar subornos para garantir um contrato para um importante projeto para a Petrobras, informou o Ministério Público.
Ele também admitiu ter falsificado os livros da Braskem ao registrar pagamentos a empresas fantasma offshore, como sendo pagamentos por serviços legítimos.
Além disso, reconheceu não certificar com precisão os relatórios financeiros da Braskem apresentados à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).
Como parte de sua confissão de culpa, Grubisich concordou em pagar cerca de US$ 2,2 milhões pelo confisco.
Grubisich foi preso em Nova York em novembro de 2019, respondendo a três acusações relacionadas a suborno e abusos do sistema financeiro americano.
Sua sentença, prevista para 5 de agosto, pode levar à pena máxima de 10 anos de prisão.
Em dezembro de 2016, a Braskem e a Odebrecht confessaram-se culpadas em Nova York por terem violado as disposições contra suborno da FCPA.
Essas então concordaram em pagar multas de cerca de 3,5 bilhões de dólares a autoridades nos Estados Unidos, Brasil e Suíça para resolver casos de suborno que incluíam vários países latino-americanos.