Trabalhando mesmo nas fases mais restritivas desde o início da pandemia, os entregadores de aplicativo estão pedindo para serem priorizados nos planos de vacinação contra a covid-19. Nesta sexta-feira (16), um grupo de profissionais fez uma manifestação em São Paulo para pedir que eles tenham prioridade na imunização.

André Mendonça, líder do movimento Entregadores Unidos, disse que a categoria é linha de frente e que os entregadores viajam pela cidade todo dia sem saber se o cliente pode estar contaminado, conforme o R7.

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Os trabalhadores alegam ainda que não receberem EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) adequados, e que ficam expostos ao vírus, colocando em risco suas famílias e as dos clientes.

Segundo o R7, o médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Gonzalo Vecina Neto vê razão para a demanda. Ele destaca que quem pega a doença é quem anda na rua e, como esses profissionais estão na rua, eles têm grandes chances de pegar a doença.

Apesar de considerar que a reivindicação é justa, o epidemiologista Paulo Petry, professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), destaca que faltam imunizantes no País e, por isso, está se priorizando os grupos com mortalidade maior.

Além do movimento, o SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas Intermunicipais do Estado de São Paulo) também tem pedido a priorização da categoria nos programas de imunização. O sindicato chegou a enviar ofícios aos governos federal, paulista e também para a prefeitura  pedindo a inclusão da categoria na vacinação contra a doença. A gestão municipal não respondeu e a estadual somente ressaltou os critérios já estabelecidos para o programa de imunização.