Um estudo do FMI confirmou o que a maioria das mulheres já sabia: as mães carregaram grande parte do enorme impacto econômico da pandemia de covid-19.

“No mundo do trabalho, as mulheres com filhos pequenos estão entre as maiores vítimas dos fechamentos de atividades”, disse a diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, nesta sexta-feira (30).

O estudo de economistas do FMI, que analisou as experiências de mães nos Estados Unidos, Reino Unido e Espanha, mostrou por que é “crucial” dar ajuda adicional às mães, disse Georgieva.

Isso inclui priorizar a reabertura das escolas e dar-lhes apoio em dinheiro para as necessidades imediatas e treinarem para novos empregos depois que alguns trabalhos desapareceram, disse.

O estudo mostrou que de todos os trabalhadores dos Estados Unidos, as mulheres foram mais afetadas que os homens, enquanto no Reino Unido foi o contrário e na Espanha homens e mulheres foram afetados de forma parecida.

“Apesar dessas diferenças, os três países tiveram algo em comum: as mães de filhos pequenos foram desproporcionalmente afetadas pelos fechamentos de atividades e medidas de contenção”, disse Georgieva.

Com o fechamento de escolas e das aulas virtuais, “muitas mulheres, que antes da pandemia já carregavam a grande parte do peso do cuidado dos filhos e do trabalho doméstico, perderam seus empregos ou tiveram os horários de trabalho reduzidos”.

Dados do governo dos Estados Unidos indicam que quase 2 milhões de mulheres de mais de 20 anos saíram do mercado de trabalho durante a pandemia e a taxa de desemprego foi de 5,7% em março comparado com 3,1% em fevereiro de 2020.