20/05/2021 - 18:00
BRASÍLIA (Reuters) – O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quinta-feira na CPI da Covid do Senado que o presidente Jair Bolsonaro fala de improviso e algumas declarações precisam ser corrigidas, ao comentar o que o presidente disse em outubro do ano passado desautorizando o então titular da pasta de um acerto para fechar acordo para compra da vacina chinesa CoronaVac.
“Nós sabemos como é o nosso presidente da República. Ele fala de improviso, ele fala de pronto, essa é a verdade, não podemos esconder o sol com a peneira, esse é o presidente da República que foi eleito, ele fala de pronto como ele pensa e algumas coisas precisam ser corrigidas depois, precisam ser reconversadas”, disse Pazuello.
O comentário do ex-ministro foi feito após ele ter sido questionado pelo senador Fabiano Contrarato (Rede-ES) sobre a sua declaração de que “é simples assim: um manda, outro obedece”, um dia após o presidente ter ordenado o cancelamento do protocolo para compra de 46 milhões de doses da CoronaVac.
À CPI, Pazuello contemporizou a fala de Bolsonaro e disse que não houve uma “ordem direta” para haver o cancelamento da compra dessas vacinas.
A declaração de Bolsonaro ocorreu em meio a um embate que tem com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pelo protagonismo na aquisição de imunizantes contra Covid-19.
(Reportagem de Ricardo Brito; Edição de Alexandre Caverni)