27/05/2021 - 9:51
Cinco milhões de habitantes de Melbourne, segunda maior cidade australiana, serão confinados nesta quinta-feira (27) para conter um surto de coronavírus, uma situação que provocou críticas contra o governo pela lentidão da vacinação e pelas falhas no sistema de quarentenas.
O confinamento começa nesta quinta-feira meia-noite e permanecerá em vigor por ao menos sete dias na cidade e no estado de Victoria, que a rodeia, segundo o primeiro-ministro em exercício no estado, James Merlino.
+ Embaixada da China nos EUA diz que politizar origem da Covid-19 prejudica investigações
+ Ministro britânico da Saúde nega ter mentido sobre resposta à covid-19
No total, foram registrados 26 casos, praticamente de um dia para o outro, vinculados à variante indiana da covid-19.
“Nós enfrentamos uma variante altamente infecciosa do vírus, uma variante preocupante que avança mais rápido do que as que detectamos até agora”, disse Merlino, explicando que o confinamento tem como objetivo traçar a origem desses novos casos.
As escolas, os bares e restaurantes vão fechar e todas as reuniões estão proibidas. Além disso, o uso da máscara será obrigatório e os habitantes só poderão sair de casa por motivos de causa maior, como receber a vacina contra a covid-19.
A Nova Zelândia já suspendeu os voos sem quarentena do estado de Victoria na terça-feira e reduziu suas conexões com outros pontos da Austrália.
Esta é a quarta vez que Melbourne entra em confinamento desde o início da pandemia. A cidade chegou a passar quatro meses sob duras medidas de restrição no ano passado.
Merlino acusou o governo federal conservador de ser parcialmente culpado por este confinamento devido à lentidão da campanha de vacinação.
“Se houvesse mais pessoas vacinadas, as circunstâncias seriam muito diferentes das de hoje. Mas infelizmente não é o caso”, disse.
O país administrou apenas 3,7 milhões de doses em uma população de 25 milhões de pessoas, mas somente uma pequena parte dos australianos já recebeu as duas doses necessárias para a imunização.
A oposição trabalhista também critica o governo por não ter revisado as normas de quarentena, especialmente para os viajantes que chegam do exterior, já que a organização mostrou erros. Segundo eles, foram detectados 17 focos em seis meses, vinculados aos hotéis onde são respeitados os períodos de isolamento.
O primeiro-ministro Scott Morrison rebateu as críticas e disse que “nenhum sistema é infalível” e que a gestão da pandemia na Austrália foi eficaz.
Centenas de habitantes de Melbourne formaram fila nesta quinta-feira para realizar um teste de diagnóstico de covid-19, e outros para receber a vacina.