02/06/2021 - 15:35
SÃO PAULO (Reuters) – Uma região de Rondônia foi reconhecida como a primeira Indicação Geográfica (IG), do tipo Denominação de Origem (DO), para café canéfora (robusta e conilon) do mundo, disse a Embrapa em nota na noite de terça-feira, quando o registro foi concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O reconhecimento da denominação Matas de Rondônia para Robustas Amazônicos, que pode ser uma ferramenta de valorização de um produto, valerá para o café produzido por 15 municípios do Estado da região Norte.
A Indicação Geográfica serve para designar produtos ou serviços, que tem características positivas únicas e indissociáveis dos fatores que compõem a sua origem.
Para produtos agrícolas, estes fatores também são conhecidos como “terroir”, que leva em consideração fatores como clima e solo, genética e aspectos culturais da população envolvida no processo produtivo.
“O saber fazer é crucial na definição de uma IG. Afinal, o fator humano e sua capacidade de modificar o ambiente, selecionar materiais genéticos e manejar lavouras, não pode ser ignorado. Neste caso, se trata de uma interferência, quase sempre, positiva e este é o princípio da Indicação de Procedência (IP)”, explicou o pesquisador da Embrapa Rondônia, Enrique Alves, em nota.
A denominação é mais um passo da Embrapa e do setor produtivo para promover o chamado robusta amazônico.
Um documentário sobre esse café e o sistema produtivo de bebidas especiais foi lançado pela empresa de pesquisa no início do ano.
O Brasil já tem outras regiões com DO reconhecidas para cafés, como a região da Mantiqueira de Minas e do Cerrado Mineiro.
No caso do café das Matas de Rondônia, a DO vale para os grãos produzidos nos municípios de Alta Floresta d’Oeste, Cacoal, São Miguel do Guaporé, Nova Brasilândia d’Oeste, Ministro Andreazza, Alto Alegre dos Parecis, Novo Horizonte do Oeste, Seringueiras, Alvorada d’Oeste, Rolim de Moura, Espigão d’Oeste, Santa Luzia d’Oeste, Primavera de Rondônia, São Felipe d’Oeste e Castanheiras.
(Por Roberto Samora)