03/06/2021 - 14:41
No dia 5 de junho de 1972, chefes de 113 países, e de mais de 400 instituições governamentais e não governamentais se reuniram em Estocolmo (Suécia) para o primeiro grande evento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para chamar a atenção dos líderes mundiais para problemas relacionados à sustentabilidade: a Conferência de Estocolmo. Desde então, a data passou a ser considerada o Dia do Meio Ambiente e altos e baixos marcaram a relevância da pauta na agenda global.
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Neste 2021, a discussão está mais quente do que nunca. Os Estados Unidos voltaram para o Acordo de Paris – principal força-motora para a descarbonização do planeta; agentes financeiros passaram a cobrar responsabilidade socioambiental em troca de crédito; e o Brasil entrou para a lista negra do mundo após recordes de desmatamento da Amazônia (8m km2 em 2020) e um governo que nega o aquecimento global. Nesse xadrez, as empresas movem suas peças como podem para tentar fazer sua parte e demonstrar que estão alinhadas às demandas de seus acionistas, funcionários e, sobretudo, clientes que exigem uma atuação cada vez mais responsável.
PROJETOS DE DESCARBONIZAÇÃO
Impulsionadas pelo Acordo de Paris em que 195 países aprovaram limitar o aumento da temperatura global em 2 ºC até o final do século, companhias do mundo inteiro estão medindo suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e adotando medidas para neutralizá-las. O processo pode ser complexo e é nessa esteira que surgem iniciativas como a Moss. Essa startup é uma plataforma especializada em créditos de carbono que ajuda empresas e pessoas físicas a calcularem suas emissões. Com o tamanho de sua pegada ambiental mapeada, os interessados podem usar a própria Moss para comprar créditos de carbono que são revertidos em renda para projetos de preservação ambiental certificados. Os recursos podem ser destinados a todos os biomas, inclusive à Amazônia, que já recebeu mais de R$ 60 milhões.
GESTÃO DE RESÍDUOS
Um dos principais problemas da sociedade moderna é a gestão de resíduos. Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil gerou cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2018, desses 6,3 milhões não foram sequer recolhidos. Já a Associação Internacional de Resíduos Sólidos estima que 25 milhões de toneladas de lixo são despejados nos oceanos por ano. A solução dessa questão passa, necessariamente, pela cooperação de empresas e população. “As pequenas atitudes cabem única e exclusivamente a nós, repensando os nossos hábitos e com a vontade de fazer algo pensando na preservação do meio ambiente”, disse Rafael Zarvos, especialista em gestão de resíduos domésticos e fundador da Oceano Gestão de Resíduos. A startup fundada por Zarvos oferece planos de assinatura para coleta de resíduos domésticos que iriam parar no mar.
RECICLAGEM
Papel, vidro, alumínio e plástico. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos cerca de 30% de todo o lixo colhido no Brasil têm potencial de reciclagem, mas apenas 3% é reaproveitado. Caso fosse uma prática consolidada, a reciclagem poderia gerar uma renda extra de R$ 14 bilhões para o Brasil resultado da coleta e venda de 6 milhões de toneladas de plástico, 4,7 milhões de toneladas de papel ou papelão, 1 milhão de toneladas de vidro e 185 mil toneladas de alumínio que foram parar nos lixões em vez de terem destinação correta. O elo entre grandes companhias e cooperativas vem sendo feito por empresas como a Trashin que em pouco mais de três anos de atuação já contabiliza mais de 3 mil árvores preservadas via destinação correta de papel e uma economia de petróleo frente à destinação correta do plástico de 811.229,00 kg
INOVAÇÃO E SURPREENDIMENTO
Descarbonização, gestão de resíduos e reciclagem são estratégias urgentes e relevantes. Mas, ainda é pouco. A pergunta é: além do que estabelece a lei, qual o legado sua empresa quer deixar como marca para o planeta?