05/07/2021 - 11:08
A notícia de que 26 mil doses de AstraZeneca teriam sido distribuídas fora do prazo de validade em 1.532 municípios, na última sexta-feira (2), foi contestada por diversas secretarias municipais de saúde e pelo Ministério da Saúde. Em artigo na Folha de S. Paulo desta segunda (5), os pesquisadores do Observatório Covid-19, uma iniciativa independente que trabalha na compilação de dados e informações sobre a pandemia, afirmam não ser possível constatar que doses vencidas tenham sido utilizadas.
Há diversos problemas apontados que podem ter influenciado o cruzamento de dados que serviu de base à acusação: precariedade dos sistemas de informação do Ministério da Saúde, atrasos na entrada de dados e sobretudo erros de digitação e erros na alimentação do cadastro nacional do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). A base de dados utilizadas estava defasada, argumentam, o que não permite confirmar que 26 mil doses de vacinas tenham sido ministradas fora da validade.
+ Rio vacina pessoas com 40 a 42 anos contra covid-19 nesta semana
+ Covid-19: São Paulo inicia vacinação de quem tem 41 anos
Há diversas etapas de preenchimento dos dados da vacina em que erros podem ter sido cometidos. Do sistema de registro nacional aos locais, é possível errar no preenchimento na ficha de papel da vacinação como em sistema digitalizados. Embora não prejudique a contagem universal de vacinados no Brasil, é um obstáculo para análises relacionadas a eventos raros.
Os pesquisadores, que divulgam os critérios e dados coletados na pandemia, apontam que as inconsistência correspondem a 0,7% do total 3,9 milhões de vacinas aplicadas da AstraZeneca, o que seria compatível a erros de digitação em bancos de dados – já foi comprovado cientificamente. Especialistas alertam que, caso alguém tenha se vacinado com imunizante vencido, é necessário tomar outra dose.