06/08/2021 - 13:49
A incorporadora mineira Patrimar, da família Veiga, anunciou ao mercado um plano para dobrar de tamanho nos próximos três anos. A companhia planeja lançar empreendimentos com um valor geral de vendas (VGV) total de R$ 11 bilhões no acumulado de 2021 a 2024, o que equivale a algo em torno de 20 mil a 22 mil unidades. Os investimentos totais nesse período devem girar em torno de R$ 7 bilhões e se referem aos desembolsos para aquisição de terrenos e a realização das obras, segundo a companhia informou ao mercado.
A Patrimar já tem mais da metade dos terrenos para abastecer os projetos futuros. O seu banco de terrenos tem potencial de lançar empreendimentos avaliados com VGV de R$ 7,1 bilhões, ou 12,6 mil unidades. Desse total, R$ 2,4 bilhões em VGV já foram aprovados pelos órgãos públicos.
Os projetos serão desenvolvidos nas regiões em que a Patrimar já está presente – Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – com foco em residenciais para clientes de baixa, média e alta renda. O segmento de média renda terá um crescimento mais acelerado e deverá ganhar espaço no nosso mix de vendas e resultados, informou a companhia.
O CAGR (Compound Annual Growth Rate, ou taxa de crescimento anual composta) previsto é de 25% ao ano a partir de 2022.
O programa de crescimento foi batizado internamente de PX2 e, segundo a Patrimar, será revisitado periodicamente para adequar os volumes de investimentos às perspectivas de crescimento do País, do mercado e da própria companhia.
O grupo ainda reiterou o compromisso de que não pretende abrir mão da rentabilidade para expandir a operação. A ideia é combinar os dois. “Acreditamos que é possível crescer e ser rentável ao mesmo tempo. É isso que estamos buscando para a companhia nos próximos três anos”, disse o CEO da Patrimar, Alex Veiga.
Os recursos para suportar o crescimento virão de um conjunto de diferentes fontes, o que inclui a geração de caixa por meio das vendas de imóveis, tomada de financiamentos e captação de recursos via mercado de capitais.
A Patrimar é uma das incorporadoras que entrou na fila para uma oferta inicial de ações (IPO) no ano passado, mas acabou desistindo em meio às turbulências do mercado e ao excesso de empresas de construção que disputavam atenção de investidores na tentativa de entrar na Bolsa naquela época.
A incorporadora já tem o registro na categoria A pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e considera retomar o processo de IPO assim que entender que há uma janela de oportunidade.
A Patrimar teve lucro líquido de R$ 79,4 milhões no primeiro semestre de 2021, um salto de 2,4 vezes em relação ao mesmo período de 2020. A margem bruta foi de 38%.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no semestre somou R$ 92,6 milhões, alta de 119%. A receita líquida totalizou R$ 366,6 milhões, crescimento de 136%.
A empresa chegou ao fim de junho com caixa líquido de R$ 26 milhões. Ao longo do semestre, foram realizadas emissões de debêntures para reforçar a liquidez.
A Patrimar não lançou novos projetos no segundo trimestre por conta das restrições da pandemia. No começo do ano já havia lançado dois empreendimentos. Com isso, os lançamentos no semestre ficaram em R$ 65 milhões (parte Patrimar). Por sua vez, as vendas líquidas no semestre foram de R$ 246 milhões.