19/08/2021 - 0:35
Duas das vacinas anti-HIV baseadas em mRNA da Moderna podem começar testes em humanos já nesta semana, de acordo com uma nova publicação no registro de testes clínicos do National Institutes of Health.
O estudo de Fase I testaria a segurança das vacinas, bem como coletaria dados básicos sobre se elas estão induzindo algum tipo de imunidade, mas ainda precisariam passar pelas Fases II e III para ver o quão eficazes podem ser.
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Essas injeções são baseadas na mesma tecnologia da vacina COVID-19 da Moderna: filamentos de mRNA na vacina entram nas células humanas, fornecendo a elas o código para fazer pequenos pedaços das mesmas proteínas que ficam no exterior do vírus. Essas proteínas então agem como manequins de teste para o nosso sistema imunológico reconhecer, para que as células imunológicas no futuro possam identificar e neutralizar o vírus real. O processo funciona incrivelmente bem contra o SARS-CoV-2 e há esperança de que também funcione com o HIV.
O HIV tem sido historicamente extremamente desafiador para produzir uma vacina contra, em parte porque o vírus se integra ao genoma humano rapidamente – dentro de 72 horas de transmissão – produzindo assim uma infecção irreversível. Isso significa que “altos níveis de anticorpos neutralizantes protetores devem estar presentes no momento da transmissão para prevenir completamente a infecção”, de acordo com um artigo de revisão de julho na Nature Reviews Immunology.
Muitas pessoas infectadas com HIV não desenvolvem esses níveis de anticorpos, muito menos pessoas expostas às várias tentativas de vacinas ao longo das décadas.
Mas a esperança é que uma vacina de mRNA possa funcionar onde outros candidatos falharam.
A International AIDS Vaccine Initiative e a Scripps Research testaram anteriormente um componente da injeção de mRNA experimental usando um sistema de vacina sem mRNA. Esse ensaio de Fase I mostrou resultados promissores, com 97% dos participantes desenvolvendo algum tipo de resposta imunológica (embora não as respostas completas que seriam necessárias para evitar a infecção pelo HIV).
Ao alavancar o sistema de mRNA da Moderna, os pesquisadores têm como objetivo melhorar e ampliar o tipo de células e anticorpos que o corpo produz em resposta à vacina. Resta ver se isso fará alguma diferença.