O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (31) novas restrições comerciais à pesca, o que é visto como uma tentativa de salvar as baleias francas do Atlântico norte da extinção.

As medidas regulamentam o uso de redes de pesca, nas quais os mamíferos costumam ficar presos, uma de suas principais causas de mortalidade.

Mas grupos conservacionistas imediatamente criticaram o Escritório Nacional de Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) por não ter ido longe o suficiente para salvar a espécie da extinção.

Estima-se que restem 368 baleias francas do Atlântico norte e sua população diminui desde 2010. Desde 2017, foram registradas 50 mortes ou ferimentos graves em espécimes dessas baleias.

A partir de maio de 2022, os pescadores de lagosta e caranguejo terão que aumentar o número de armadilhas em cada linha de pesca oceânica para reduzir o número de linhas.

Os cabos de corda presos às boias também precisarão ser mais fracos para permitir que as baleias presas se soltem mais facilmente, entre outras medidas.

“As novas medidas permitem que os pescadores de lagosta e caranguejo de Jonah continuem a prosperar, mas ao mesmo tempo reduzem significativamente o risco para as baleias francas em perigo de extinção”, disse o oficial da NOAA Michael Pentony.

No entanto, Gib Brogan, um dos diretores da ONG Oceana, disse à AFP que o uso de linhas fracas é uma “estratégia amplamente retórica” que não foi suficientemente comprovada.

“Mesmo se tudo funcionar como planejado, ainda coloca as espécies ameaçadas de extinção sob estresse, e o estresse de todos os tipos reduz o tamanho das baleias francas, assim como sua reprodução”, acrescentou.

Outra das principais causas de morte são as coalizões com barcos, especialmente aqueles que ultrapassam a velocidade de 18,5 quilômetros por hora.