O melhor cenário para a crise climática parece cada vez mais desastroso para grande parte do mundo, especialmente quando se trata do aumento do nível do mar.

Mesmo que consigamos limitar o aquecimento global abaixo dos 2° Celsius, de acordo com o Acordo Climático de Paris, até 2100 muitas regiões costeiras poderão sofrer ameaças extremas e raras. Tais como tempestades, marés altas e ondas ameaçadoras, pelo menos uma vez por ano, ao invés de uma vez por século.

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Isto representa um aumento de 100 vezes nas inundações costeiras. De acordo com os novos modelos globais, isto é se tivermos sorte. Se não fizermos nada para mudar o nosso comportamento, o mundo poderá em breve passar dos 2°C de aquecimento, altura em que os cenários ao nível do mar irão piorar rapidamente.

Projeções recentes para mais de 7.000 locais costeiros em todo o mundo sugerem que um aquecimento de 1,5°C causará eventos extremos em pelo menos metade dos locais estudados. A 2°C de aquecimento, mais 14% experimentarão o mesmo até 2100.

Provavelmente, alguns locais sofrerão estes efeitos ainda mais cedo. Sob o cenário de 1,5°C, por exemplo, algumas localizações costeiras poderão experimentar um aumento de 100 vezes em eventos extremos ao nível do mar já na década de 2070.

Os autores do estudo publicado na Nature dizem que isto é “esmagadoramente verdade” para locais nos trópicos, como o Havaí e Caribe, bem como a metade sul da costa do Pacífico da América do Norte. Todos os quais parecem particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar.

À medida que mais gelo marinho derrete, partes da costa mediterrânea e da península arábica também podem tornar-se alvos de tempestades extremas ao nível do mar.

“Os trópicos parecem mais sensíveis do que as altas latitudes do norte, onde alguns locais não tem mudança na frequência de eventos, mesmo para os níveis de aquecimento global mais elevados”.