14/09/2021 - 8:49
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou na segunda-feira, 13, ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedindo que o governo federal priorize a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em idosos acima dos 60 anos e imunossuprimidos. O documento ainda solicita que, com o atraso da AstraZeneca para a segunda dose, o Programa Nacional de Imunização (PNI) suspenda a aplicação em adolescentes sem comorbidades enquanto os grupos prioritários não forem revacinados.
Além dos idosos com mais de 60 anos, o Conass também pede que o governo federal priorize a aplicação da dose de reforço naqueles que estão em lares de longa permanência ou são imunossuprimidos. “Entendemos que o momento exige unidade nacional nos atores tripartites e que a postura adequada para o momento é de buscar caminhos seguros e concretos para a plena cobertura vacinal da população brasileira”, diz o texto.
Hoje, o Ministério da Saúde prevê a dose de reforço apenas para quem tem mais de 70 anos.
A justificativa, segundo o Conass, seria por causa das “recentes dificuldades observadas em diversas unidades da federação de disponibilidade da vacina AstraZeneca para a realização da segunda dose” e a “persistência da notificação de casos graves na população já vacinada com 60 anos ou mais”.
O documento, assinado por Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conass, foi enviado a Queiroga e Rosana Leite, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19. Nele, o órgão também pede que o Ministério da Saúde autorize a administração de doses heterólogas (vacina diferente da utilizada na primeira aplicação) quando houver “indisponibilidade objetiva do esquema homólogo”.
Mais cedo, Queiroga criticou a aplicação de doses heterólogas que não fossem para pessoas acima de 70 anos recebendo o reforço vacinal e em casos excepcionais.
Desde a semana passada, alguns Estados têm sofrido com o atraso na entrega de vacinas necessárias para a segunda dose e, nesta segunda-feira, 13, alguns lugares como Rio e São Paulo passaram a aplicar a Pfizer em quem precisava tomar uma segunda dose da AstraZeneca e estava com o esquema vacinal atrasado.