17/09/2021 - 12:23
O Conselho de Segurança da ONU renovou nesta sexta-feira (17) por seis meses sua missão política no Afeganistão (Manua) em uma resolução que também pede um “governo inclusivo e representativo” do Talibã e a participação das mulheres na vida social.
A resolução, aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho, insiste na “importância de estabelecer um governo inclusivo e representativo” e apela à “participação plena, igualitária e significativa das mulheres e ao respeito pelos direitos humanos, incluindo mulheres e crianças e minorias”.
O texto foi elaborado pela Estônia e pela Noruega, país que celebrou a “mensagem de união” que o Conselho envia ao Afeganistão.
Em agosto, uma resolução do Conselho de Segurança pedindo liberdade de movimento para os afegãos que desejam deixar o país obteve apenas 13 votos, com a abstenção da Rússia e da China.
Em seu último documento, o Conselho de Segurança destaca o “importante papel que as Nações Unidas continuarão a desempenhar na promoção da paz e da estabilidade no Afeganistão”.
A resolução também reconhece “a necessidade de redobrar os esforços para fornecer ajuda humanitária ao Afeganistão” e destaca a “importância da luta contra o terrorismo” no país.
Segundo fontes diplomáticas, o Talibã não se opôs à extensão da missão da ONU.
“Eles são obrigados a serem mais flexíveis” e “são mais pragmáticos” do que durante seu governo anterior no final dos anos 1990, considerou um especialista em Afeganistão das Nações Unidas que pediu para permanecer anônimo. “O Talibã precisa da ONU e é a nossa porta para influenciar suas decisões”, disse ele à AFP.
Os membros do Conselho de Segurança também pedem em sua resolução que o secretário-geral da organização, Antonio Guterres, lhes informe sobre a situação no Afeganistão e as atividades da Manua a cada dois meses até meados de março. Eles também pedem a apresentação de um relatório escrito até 31 de janeiro sobre o futuro do mandato da missão da ONU.
Este documento deve incluir “recomendações operacionais e estratégias considerando os recentes eventos políticos, de segurança e sociais”, especifica a resolução.
Nas últimas semanas, várias ONGs, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, insistiram para que a ONU e os seus quase 2.000 representantes no Afeganistão mantivessem a sua presença no país para fiscalizar possíveis abusos de direitos humanos.