24/09/2021 - 4:45
O envelhecimento do cérebro às vezes gera aglomerados anormais de proteínas que são a marca registrada do Mal de Alzheimer, principal forma da demência. Uma das formas de prevenir o problema, segundo pesquisadores da Universidade Rush, dos EUA, é seguir a dieta chamada MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay ou Intervenção Mediterrânea-DASH para Retardo Neurodegenerativo).
Esse plano alimentar visa o consumo de alimentos que fortalecem a atividade cerebral, como vegetais, especialmente de folhas verde-escuras, castanhas, frutas vermelhas, leguminosas, grãos integrais e azeite de oliva, enquanto estimula a redução na ingestão de carne vermelha, manteiga ou margarina, queijos, doces e frituras.
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De acordo com o site britânico de notícias médicas News Medical, a dieta MIND pode ajudar mesmo os idosos que já desenvolveram depósitos da proteína ruim, conhecidos como placas amiloides, e que estão com as células nervosas afetadas, interferindo nas habilidades de pensamento e resolução de problemas.
Desenvolvida na Universidade Rush, a MIND é um híbrido das dietas mediterrânea e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension ou Métodos para Combater a Hipertensão).
Um estudo publicado no dia 14 de setembro no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease, mostra que os participantes com idades a partir de 65 anos que seguiram a dieta MIND não tiveram problemas de cognição.
“Alguns apresentaram capacidade de manter a função cognitiva, apesar do acúmulo dessas patologias no cérebro, e nosso estudo sugere que a MIND está associada a melhores funções cognitivas, independentemente das doenças mentais relacionadas ao Alzheimer”, afirmam os pesquisadores no artigo, citados pelo News Medical.
Os cientistas da Universidade Rush acompanharam 569 voluntários do projeto Memory and Aging Project, a maioria brancos e sem demência, que concordaram em realizar avaliações clínicas anuais e permitiram autópsia do cérebro em caso de morte.
Segundo o site especializado, os participantes foram convidados a preencher avaliações anuais e testes cognitivos a partir de 1997 para ver se haviam desenvolvido problemas de memória e pensamento. Em 2004, os voluntários receberam um questionário anual para informar quais dos 144 alimentos haviam consumido no ano anterior.
Usando as respostas, os pesquisadores deram a cada participante uma pontuação da dieta MIND com base na frequência com que comeram certos alimentos.
Para se beneficiar desse plano alimentar, a pessoa deveria comer diariamente pelo menos três porções de grãos integrais, dois vegetais, sendo um de folhas verde-escuras e uma taça de vinho. Além disso, deviam consumir nozes na maioria dos dias, comer feijão dia sim, dia não, e aves e frutas vermelhas pelo menos duas vezes por semana. Peixes deviam fazer parte da dieta pelo menos uma vez por semana.
O voluntário também precisava limitar a ingestão de alimentos não saudáveis, limitando a manteiga a menos de uma e meia colher de chá diariamente e menos de uma porção semanal de doces e produtos de confeitaria, queijo integral e frituras ou fast food.
“Descobrimos que uma pontuação mais alta na dieta MIND foi associada a melhores habilidades de memória e pensamento, independentemente da doença de Alzheimer e outras patologias cerebrais comuns relacionadas à idade. A dieta parecie ter uma capacidade protetora e pode contribuir para a resiliência cognitiva em idosos”, afirma Klodian Dhana, um dos autores do estudo, citado pelo News Medical.
Ele alerta que mudanças na dieta podem afetar o funcionamento do cérebro e está relacionado ao risco de demência.