20/10/2021 - 18:41
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) adiou novamente o processo de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Prevent Senior. Sem o quórum de 48 parlamentares necessário – grande parte da bancada que apoia o governador João Doria (PSDB) não compareceu – a sessão foi encerrada sem apreciar o requerimento de urgência do deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) que trata do assunto.
No último dia 7 de outubro, a ordem do dia também foi encerrada sem análise do pedido pelo mesmo motivo. Uma sessão ordinária foi marcada para amanhã (21), mantendo a pauta de hoje, mas temas mais importantes ou polêmicos, como o da Prevent, tradicionalmente são levados para o plenário da Casa às terças e quartas. Com isso, a votação do requerimento deve ser adiada por tempo indeterminado.
A criação da CPI começou promissora, com recolhimento rápido de assinaturas e apoio da base de Doria, mas perdeu tração nas últimas semanas com o recuo dos aliados do governador. Autor do pedido de abertura da comissão, Fiorilo cobrou hoje a presença dos parlamentares no plenário.
“É inadmissível a base do governo recuar. O governador podia, através do seu líder, mobilizar a base, como fez ontem, para aprovar o PLC 26 (reforma administrativa estadual). Ontem estávamos com o plenário lotado, hoje estamos com o plenário esvaziado. Quem tem medo da CPI da Prevent Senior? Os bolsonaristas ou os governistas?”, criticou Fiorilo.
Já o deputado Gil Diniz (PSL-SP), integrante da ala bolsonarista, que tenta impedir a instalação da CPI, provocou os petistas. “O plenário está vazio. O governo traiu seu principal aliado, o PT”, disse.
Como já há outras cinco comissões protocoladas para tramitar neste semestre na Assembleia – número máximo previsto no regimento interno -, é necessário que o plenário aprove um projeto de resolução para a instalação de uma sexta comissão investigativa. Para que esse projeto tramite rápido e não passe por comissões, a Alesp deve aprovar a sua urgência.
A CPI quer investigar denúncias de que a Prevent Senior usava seus hospitais como laboratórios para estudos com a hidroxicloroquina e outros medicamentos do chamado “kit Covid”. A operadora de saúde também tornou-se alvo da CPI da Covid no Senado. Na Câmara Municipal de São Paulo, já tramita outra comissão de inquérito a respeito do mesmo tema.