04/11/2021 - 19:33
A Órama Investimentos divulgou nova expectativa para a Selic: elevação de 1,5% na reunião do Copom de dezembro, encerrando o ano de 2021 em 9,25%. Antes, a projeção da casa era de que a taxa ficasse em 8,25%. Para 2022, prevê taxa terminal de 10,75%.
Esse valor condiz com a expectativa de inflação da corretora para 2022, 4,4%, com conversão para a meta apenas em 2023. Para o IPCA, a corretora revisou as projeções para este ano, de 8,35% para 9,00%.
O relatório da casa prevê novas altas da Selic de 1% e 0,5%, respectivamente, nas duas primeiras reuniões do Copom no ano que vem. A corretora lembra, também, que quando a Selic superar 8,5%, volta a vigorar a regra de remuneração da poupança antes da mudança em 2012 com a Lei 12.703. Assim, os rendimentos serão de 0,5% ao mês (6,17%a.a.), ao invés de 70% da Selic, acrescida da Taxa Referencial (0% atualmente).
Segundo a Órama, a aceleração de 1,20% do IPCA-15 de outubro é um sinal de que o risco segue alto, marcado pela aceleração do grupo de Serviços. Esse segmento da economia é bastante afetado, uma vez que a mão de obra é um de seus custos principais e os salários são reajustados pela inflação, tendo um componente inercial mais forte. “Apesar desse viés para cima, o índice de difusão caiu consideravelmente, o que pode sugerir algum arrefecimento do processo inflacionário generalizado”, apontou relatório da casa.
Em relação à inflação, a empresa pondera que, ainda que os juros mais altos e o aumento da taxa de desemprego retirem pressões, por outro lado, o pagamento de juros pelo governo “pode desembocar na economia, através dos rentistas”.
A previsão do PIB para 2021 segue em 5%. Já para 2022, a Órama revisou a projeção de crescimento de 1,5% para 0,5%. A justificativa veio da alteração da projeção para a taxa Selic terminal, que passou de 9,75% para 10,75%. A conjuntura desfavorável do mercado de trabalho, associada às menores perspectivas de crescimento das outras atividades, contribuem para a redução da projeção.
Além disso, a corretora prevê que o dólar, no fim do ano, fique no intervalo entre R$ 5,35 e R$ 5,45, ante R$ 5,30 a R$ 5,40 previstos antes. Como justificativa, a Órama aponta os leilões de swap cambial tradicional realizados pelo BC e o maior diferencial entre as taxas de juros no Brasil e EUA pode ajudar a atrair capital estrangeiro. Para o fim de 2022, mantiveram o intervalo entre R$ 5,50 e R$ 5,70.