17/11/2021 - 17:21
Steve Bannon, um aliado próximo do ex-presidente americano Donald Trump, se declarou inocente nesta quarta-feira (17) das acusações de “obstrução dos poderes de investigação do Congresso” sobre o atentado de 6 de janeiro ao Capitólio, segundo documentos judiciais.
O ex-assessor de 67 anos está sendo processado por se recusar a testemunhar e apresentar documentos ao comitê especial da Câmara dos Representantes que investiga o papel do ex-presidente republicano no ataque de seus apoiadores à sede do Congresso.
Ele pode pegar entre 30 dias e um ano de prisão por cada uma das duas acusações.
Bannon se apresentou à polícia na manhã de segunda-feira em Washington e deve comparecer perante um juiz federal na quinta-feira.
“Vamos ao ataque, estamos cansados de jogar na defensiva”, garantiu ele a jornalistas na segunda, acusando o presidente democrata Joe Biden de ter ordenado diretamente o processo.
Convocado pela comissão de maioria democrata, Bannon se recusou a colaborar, invocando o direito dos presidentes de não revelar o conteúdo de certos documentos e discussões.
O influente conselheiro desempenhou um papel crucial na eleição de Trump em 2016, dando um toque decididamente populista à campanha do magnata, que ainda assim o demitiu no ano seguinte.
A comissão de inquérito suspeita que nos dias que antecederam o ataque, o ex-assessor falou sobre a manifestação com Trump, e que fazia parte da “célula de crise” liderada pelos assessores do então presidente, baseada em um hotel de luxo em Washington.
Espera-se que seu depoimento permita que os legisladores entendam o que Trump estava fazendo antes e durante o ataque.
A acusação de Bannon é, de acordo com a comissão, “uma mensagem clara” para quem se recusa a cooperar.
A comissão, que já ouviu mais de 150 testemunhas, divulgou novas intimações na semana passada contra membros da comitiva de Trump, incluindo a ex-porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, e o ex-assessor Stephen Miller.
Seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, também pode ser processado por rejeitar uma convocação.
Em 6 de janeiro, milhares de apoiadores de Trump entraram à força no Congresso enquanto os congressistas certificavam a vitória de Biden, semeando caos e violência.